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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"Obrigaste-me a Matar-te" de Ana Fonseca e Tânia Laranjo

Esta leitura torna-se, cada dia que passa, mais pertinente. Sobretudo quando os media trazem à tona casos de violência doméstica que parecem não ter fim e, com mais frequencia que o desejado, somos confrontados na rua com situações que deixam antever uma violência extrema utilizada sobretudo sobre o sexo feminino. Numa época onde a informação chega a toda a gente e com ela, a possível educação das mentalidades, tomamos conhecimento, num número que parece não baixar, de cada vez mais casos de violência doméstica.

A história deste livro é ficcionada. Maria esteve casada vinte e cinco anos e viveu num pesadelo inimaginável. Tem três filhas, todas sujeitas também aos maus tratos do pai. É impressionante como o ser humano pode atingir níveis de maldade tão grandes e como, por outro lado, pode viver em terror tanto tempo, sem deixar transparecer, sem se queixar, sem pedir ajuda. Com verganha, com medo. Maria um dia disse "Basta!".

De qualquer modo, a sociedade pouco ajuda, ou se o faz não é tão célere quanto seria desejável.
A história deste livro é ficcão. Podia não o ser. Como não é aquela pessoa que conhecemos, que vive de cabeça baixa, que quase não nos fala e que vive no nosso prédio, por exemplo... Suspeitamos mas não podemos interferir ou que conhecemos mas que não suspeitamos.

A história deste livro acaba bem. Infelizmente como poucas vezes acontece na vida real. Um grito de alerta que ajuda a compreender o "como" e o "porquê" do silêncio que está por detrás dos casos de violência doméstica.

Devem lê-lo. A realidade que está por detrás da ficção. O inferno.

Terminado em 17 de Fevereiro de 2016

Estrelas: 5*

Sinopse

Esta é a história de Maria. Um relato na primeira pessoa de uma mulher que sonhou com um casamento perfeito e uma vida feliz ao lado de Rui e viveu um verdadeiro pesadelo, entre quatro paredes, durante décadas. Em silêncio, marcada no corpo e na alma pelas mãos, pontapés e palavras malditas do marido, assistindo à violência contra as suas filhas, incapaz de reagir, demasiado assustada, demasiado dependente... até ao dia em que a coragem suplanta a dor e a vergonha, pega numa arma, que mais cedo ao mais tarde a iria matar, e assassina o marido, o pai das filhas, o homem que jurou respeitá-la e amá-la, no cimo de um altar. Esta é a história da Maria, mas poderia ser da Ana, da Sofia, da Francisca, etc... Em 2010 morreram quarenta e três mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal, 29 delas já com queixas apresentadas às autoridades. As jornalistas Ana Isabel Fonseca e Tânia Laranjo lidam diariamente com casos de violência doméstica que acontecem todos os dias no nosso país. Esta é uma viagem a um mundo de dor e sofrimento, de sentimentos e vergonha que não pode deixar ninguém indiferente.

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