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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

"Na Montanha de Hitler" de Irmgard A. Hunt

Numa guerra há sempre dois lados. Ē preciso ouvir/ler sobre os dois para se saber mais. Foi isso que me aconteceu nesta leitura. O tema é recorrente, para quem me conhece: a Segunda Guerra Mundial. Nunca é demais, nunca é suficiente. Tratando-se de um relato verídico, ainda melhor.

Desta vez, é pela voz desta autora que somos confrontados com "o outro lado". Não há relatos de atrocidades como a que estamos habituados a ler nos livros que nos falam sobre o holocausto mas há miséria, fome e imposições permanentes, tanto a nível ideológico como físico. Irmgard nasceu numa família humilde que se fixou uma zona montanhosa alemã, perto do retiro de Hitler.
A sua família era formada por membros que aderiram à causa hitleriana e por outros que lutaram contra ele. Heroicamente, aliás! Irmgard cresceu e viveu tentando "escolher" entre os pais e os avós que amava. Mas, como sabemos, a elite nazi não partilhava das mesmas dificuldades que o povo alemão e, somos confrontados, aqui nesta leitura, com toda a propaganda nazi impingida por Hitler e pelas dificuldades reais passadas pelo povo que, ocultado da verdade, tentava sobreviver.

O secretismo que envolvia as acções de Hitler e a opressão em que vivia a maior parte do povo alemão, levava a que qualquer suspeita não fosse abertamente formulada, muitas vezes por medo de um castigo ou por desejo que fossem deixados em paz. A vida dura, difícil, repleta de carências contribuia para que o medo se instalasse e as notícias não se espalhassem.

Ficamos presos ao relato desta menina/mulher que, através de diários e conversas com familiares, tentou contar a história da sua família. Sem desculpas. Com toda a culpa que uma criança pode transportar por erros praticados por indivíduos sem qualquer humanidade. Quando a guerra termina, a autora tem 11 anos. O pós-guerra, vivido com muita dificuldade e ansiedade, é um mundo novo que se lhe abre. A ocupação americana foi uma porta de saída de um país fechado em si mesmo para um mundo onde a palavra liberdade possuia outro sentido.

Recomendo muitíssimo esta leitura.

Terminado em 11 de Novembro de 2014

Estrelas: 6*

Sinopse

Tendo crescido nas imponentes montanhas de Berchtesgaden, a poucos passos de distância do retiro alpino de Hitler, Irmgard Hunt teve uma infância aparentemente feliz e simples. Nas suas memórias poderosas, esclarecedoras e por vezes assustadoras, relata uma infância vivida sob um dirigente diabólico mas persuasivo. Este não é um livro apenas de memórias, é o retrato de uma nação que perdeu a sua bússola moral.

2 comentários:

  1. a verdade é que ao ler o livro a senhora já tem a sua ideia feita ! não pode por isso ter uma leitura neutra é notorio no que escreve .

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    Respostas
    1. Olá "Anónimo",
      Claro que não sou neutra... nem sei como o poderia! A ideia que tenho hoje está relacionada com tudo o que me foi contado e com o que li acerca do holocausto.
      Mas o que é certo é que ao ler este livro fiquei com uma ideia diferente: nem todos os "do outro lado" foram "os maus"! Não é isso que transparece quando lê o meu comentário?
      É isso que fazem os livros: obrigam-nos a re-pensar. Reitero por isso as estrelas dadas nesta leitura.
      E a minha opinião vale o que vale...

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