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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

"O Rei do Monte Brasil" de Ana Cristina Silva

Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 168
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895560042

Li há pouco tempo o último livro desta escritora e, como fã que sou da sua escrita, não podia deixar passar esta obra. Gostei de conhecer um pouco melhor Mouzinho de Albuquerque e o rei moçambicano Gungunhana.

O livro é escrito, maioritariamente, a duas vozes: a de Mouzinho e a do régulo africano, Gungunhana. Contam-nos, ambos, as suas versões dos factos, ao jeito de confidência. As suas (possíveis) memórias quando o tempo se escoa e as suas vidas estão a chegar ao fim.

Não sou adepta, muito sinceramente, de monólogos pois fazem-me dispersar muito rapidamente. Isso aqui não aconteceu talvez porque o que foi narrado (os pensamentos que poderiam pertencer aos protagonistas) misturou-se muito bem com os factos históricos. E mais uma vez as barbaridades cometidas, tanto por um como por outro, chocaram-me e fizeram-me pensar nas inúmeras histórias de horror que a História possui!

No entanto, para quem nunca leu Ana Cristina não aconselho este livro para primeira leitura. Adorei "As Fogueiras da Inquisição", as "Cartas Vermelhas" e "A Segunda Morte de Anna Karenina". O meu palpite seria começarem por aí...

Terminado em Novembro de 3013

Estrelas: 4*

Sinopse

Em finais do século XIX, o oficial de cavalaria Joaquim Mouzinho de Albuquerque interna-se, ao serviço do rei D. Carlos, no coração de África com o objectivo de subjugar as tribos à administração colonial portuguesa; para isso, porém, queima aldeias inteiras, mata os insubmissos e, desobedecendo a ordens superiores, captura com espectacularidade o detentor de um império vastíssimo, Gungunhana, que traz para Portugal como troféu e acaba exilado nos Açores até ao fim dos seus dias.
Apesar de recebido pelo povo e aclamado pela imprensa como um herói da pátria, a crítica ao comportamento pouco ético de Mouzinho nos corredores do Paço, a indiferença do governo em relação aos seus planos para África e a paixão nunca abertamente confessada por D. Amélia acabam por levá-lo ao suicídio. Mas, se a notícia escandaliza o País, a verdade é que é lida com entusiasmo e sentimento de justiça por um Gungunhana já velho e destroçado, que passa os dias escondido na floresta do Monte Brasil, o local que encontrou na ilha Terceira… que mais se assemelha à terra dos seus antepassados. Com uma alternância de vozes narrativas que nos oferecem duas versões muito distintas do mesmo conflito, O Rei do Monte Brasil explora as memórias dos seus protagonistas às vésperas da morte, ilustrando-nos sobre a sua infância, as suas paixões marcantes, as atrocidades para as quais encontram sempre justificação e, de certa forma, a reflexão sombria sobre a decadência e a glória perdida.

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