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terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Convidada escolhe... "Contracorpo" de Patrícia Reis"

Já li este livro da Patrícia e gostei! Podem ler a minha opinião aqui ! (Cris)

A minha determinação de ler este romance em tempo oportuno, surgiu após uma apresentação feita pela autora de um romance de um outro autor. Bem humoradas e criteriosas palavras mantiveram-me interessada e atenta a uma intervenção que, provavelmente me passaria despercebida e sem nada reter. Assim, a temática deste romance e o interesse que Patrícia Reis me despertou com as suas breves palavras levaram-me a considerar este livro. E se bem o pensei, melhor o concretizei.

E não me desiludi. Patrícia Reis é hábil com as palavras para expor sentimentos e pensamentos. Sensível. Contra-senso de uma autora que tão bem comunica numa narrativa sobre dois protagonistas - mãe e filho, que não comunicam. Algum tempo depois da morte do pai de Pedro (e Gonçalo), marido de Maria, o distanciamento dá-se e a percepção é que desistiram da relação, impondo-se o silêncio. A intimidade e partilha desapareceu, dando-lhe a lugar a uma solidão amarga e um vazio que pode ser físico.

(...) "Vivem assim. Em mundos separados. Estão em frentes distintas. Apesar do medo que existe, nada ultrapassa o facto de terem posto a comunicação num modo silencioso, como se faz aos telemóveis, às televisões, aos computadores. Já não são um do outro. Suportam-se. Como tantos outros casais. Seria de esperar que fosse de outra forma, tratando-se de mãe e filho. Mas não é assim. Maria não o compreende e Pedro não quer ser compreendido. Há uma sensação de injustiça e de frustração?" (pag. 19)

Quantas destas palavras não fazem eco em pais de filhos adolescentes que, sentem que perdem os filhos e são incapazes de ultrapassar as barreiras. "Repete: falar com um adolescente é o mesmo que dar banho a um peixe." (pag.20)

Num acto desesperado, Maria enceta uma viagem sem rumo ou paragens definidas, para reencontrar o filho e se encontrar a si mesma. Conta com a família e culpabiliza-se por deixar o Gonçalo, filho mais novo, aos seus cuidados. Um acto final com todos os riscos inerentes.

Um acto de coragem ou loucura. Afinal, o que pode ser mais importante?!

Um livro que li com o coração pesado mas esperança de que, o fim seria o desejado. Um livro emocionante e marcante. Um livro que recomendo.

Vera Sopa

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