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quarta-feira, 15 de maio de 2024

"Conto de fraldas" de Álvaro Magalhães


Gosto tanto deste "tipo" de imagens com bonecos tão fofos que me deliciei, antes de ler esta história, em folhear as páginas todas até ao fim só para as contemplar! Estão cheias de pormenores que elas próprias contam esta ou outras histórias que queiramos inventar ou acrescentar...

Findo isso, passei à leitura da história "casando" as imagens com as palavras.

Tim, o bebé urso, perdeu-se da mãe depois de uma grande tempestade. A sua fralda, ao fim de alguns dias, começou a cheirar pessimamente e os outros animais fugiam dele e do cheiro que dele imanava. Que fazer? Porque é que a sua mãe não o encontrava?

História muito divertida à volta de um ursinho perdido e das suas peripécias até ser encontrado pela mãe.

Os pequeninos vão adorar e rir muito! Claro que acaba tudo bem como são todos os contos de "fraldas"!




Cris

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Resultado do Passatempo "Toca a comentar!" - Mês de Abril

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Abril.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionada uma vencedora! Foi ela:

Alexandra Guimarães

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 22, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:

Cris

quarta-feira, 1 de maio de 2024

"Fahrenheit 451" de Ray Bradbury

Confesso que me custa ler obras onde mundos imaginários imperam e, por


essa razão, são poucos os livros que leio de ficção científica / distopias. Mas os que li, gostei e passadas algumas páginas o desconforto vai desaparecendo. Aconteceu com este livro, que queria há muito ler, e do qual todos me falavam bem.

O que muitas vezes acontece é que algumas situações que são descritas e que à partida são irreais acabam por nos ser familiares, ou porque o mundo já as viveu ou porque o medo/perigo que elas venham a acontecer é grande. Este livro é exemplo disso.

Foi escrito em 1953 e é impressionante a crítica profunda nele contida a um mundo em que o mais fácil e permitido é não pensar, não sentir, em que os livros são objectos perigosos e que precisam de ser abolidos. Muitos ditadores pensaram o mesmo e a História do nosso mundo assim o mostra. A educação, para alguns, é perigosa porque leva à crítica, ao pensamento.

O prefácio da edição da Saída de Emergência, refere que só deve ser lido no final. Assim o fiz. Retirei uma frase que fez todo o sentido para mim: "Quando saiu nos Estados Unidos, em 1953, Fahrenheit 451 foi lido como um manifesto contra a censura, como um panfleto contra todas as inquisições. Estaline tinha morrido nesse ano, a memória de Hitler ainda estava bem viva (...)".

É um mundo distópico sim, este que Ray Bradbury nos apresenta mas algumas reflexões fazem sentido hoje no mundo actual. Os bombeiros servem, não para apagar os fogos, mas para incendiar os livros; as pessoas vivem alienadas com as televisões que ocupam paredes inteiras das casas e que lhes fornecem "famílias" fictícias. Guy Montag é bombeiro. É muito interessante acompanhar o seu desabrochar, mas não me quero alongar para não vos contar demasiado.

Muito interessante. Leiam. Reflictam.

Terminado em 10 de Abril de 2024

Estrelas: 5*

Sinopse

Como uma mensagem mais relevante do que nunca, venha descobrir o clássico profético de Ray Bradbury sobre o poder da resistência à tirania política. Guy Montag é um bombeiro. O seu emprego consiste em destruir livros proibidos e as casas onde esses livros estão escondidos. Ele nunca questiona a destruição causada, e no final do dia regressa para a sua vida apática com a esposa, Mildred, que passa o dia imersa na sua televisão. Um dia, Montag conhece a sua excêntrica vizinha Clarisse e é como se um sopro de vida o despertasse para o mundo. Ela apresenta-o a um passado onde as pessoas viviam sem medo e dá-lhe a conhecer ideias expressas em livros. Quando conhece um professor que lhe fala de um futuro em que as pessoas podem pensar, Montag apercebe se subitamente do caminho de dissensão que tem de seguir. Mais de sessenta anos após a sua publicação, o clássico de Ray Bradbury permanece como uma das contribuições mais brilhantes para a literatura distópica e ainda surpreende pela sua audácia e visão profética.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

"Na Terra dos Outros" de Manuel Abrantes

Que história com um tema tão simples e contudo tão verdadeiro e que traduziu uma realidade até há bem pouco tempo vivida neste nosso Portugal de brandos costumes e preso a tradições tamanhas! Quem não se lembra de ouvir falar que no tempo das nossas avós/bisavós era costume vir "servir" para a cidade? Era uma forma de "rentabilizar" os muitos filhos que se tinham e, também, de ter menos uma boca para sustentar.

Pegando nessa vivência muito portuguesa, Manuel Abrantes, com uma mestria na escrita que eu não conhecia (primeiro romance) construiu uma história na qual reconhecemos traços da História de Portugal ainda recente, pobre e limitado. 

A personagem principal, Maria do Carmo, 11 anos, vai, a contra gosto, servir para uma família lisboeta. As saudades apertam, o trabalho não dá descanso, o amor não abunda. Explorada no seu trabalho, abusada sexualmente, traída repetidamente pelo marido, mal amada pelos filhos, Maria do Carmo tem uma vida dura. Lutadora, não desiste.

É toda uma vida que começa no trabalho infantil e que se prolonga durante a sua vida toda. As necessidades dos outros em primeiro lugar. Casamento, filhos. Até quando?

Uma leitura que gostei muito de fazer e que me recordou de certas histórias que ouvi falar há muito. Escrita envolvente, simples e directa. Recomendo muito. 

Terminado em 6 de Abril de 2024

Estrelas: 6*

Sinopse

Na terra dos outros conta-nos a extraordinária vida de uma mulher comum: Maria do Carmo, uma de milhares de raparigas que deixaram a família e o quotidiano severo no campo e abalaram para as cidades, sozinhas, em busca de futuro. «Criadas para todo o serviço», ocupavam-se do que quer que conviesse aos patrões; muitas vezes, recebiam por paga somente cama (dura) e comida (escassa); não havia folgas, férias ou licença para sair. A Revolução de Abril, vivida dentro de portas e entre sussurros, traz grandes mudanças, embora pouco retorno,e Carmo vai reinventando os seus dias, década a década.
Com impressionante desenvoltura romanesca, este livro leva-nos do fim da ditadura às portas da atualidade, acompanhando uma emancipação ainda desigual, ainda por cumprir. A história de uma vida que se cruza com a história de um país em formação: planos adiados, desígnios perdidos, ilusões desfeitas.

Cris

sexta-feira, 26 de abril de 2024

"Um Crime da Solidão - Sobre o Suicídio" de Andrew Solomon

Livro de não ficção. Ouvi num dos grupos de leitura falar sobre esta obra e fiquei curiosa. É um livro relativamente pequeno mas pesado pelo seu conteúdo. Aborda algumas causas prováveis do suicídio e relaciona-o também, mas não só, com a depressão. 

Não é uma leitura fácil e que pode provocar alguns sentimentos de tristeza e desencanto. Talvez por isso eu não o leria caso sofresse de depressão neste momento, embora considere que aborde muito bem muitas das causas que podem levar ao suicídio.

Relata vários casos sobre a depressão e como ela pode estar intimamente ligada ao suicídio e serve como uma pequena “introdução” ao seu livro sobre a depressão, um verdadeiro tijolo, “O Demónio da Depressão”. O facto de referir vários exemplos leva o leitor a ficar mais atento e interessado no tema. E, sobretudo, entender que podemos estar perto de alguém com tendência para o suicídio e não dar atenção, nem reparar! Refere, por exemplo, como é importante falar com alguém que imaginemos estar com problemas profundos. "Algumas pessoas pensam erradamente que questionar alguém sobre suicídio vai aumentar o risco, perguntar não só não aumenta o risco como pode salvar uma vida" (pag.61).

Fala de si, de seus familiares, de amigos próximos e também de gente conhecida e de que forma foram tocados pelo suicídio deles ou pensaram em executá-lo. "O suicídio é resultado do desespero, da impossibilidade da esperança, da sensação de se ser um fardo para os outros. Pode ser alimentado por uma doença mental ou por circunstâncias da vida, mas é quase sempre o resultado das duas." (pag. 55) 

Muitas vezes, a depressão é vista pelos outros como algo leve e não se compreende que existe uma diferença entre a tristeza comum e a depressão. "Ora, eu também fico deprimido e lido bem com isso." (pag. 122). 

Um pouco de empatia com o outro que nos rodeia, precisa-se!

Terminado em 31 de Março de 2024

Estrelas: 5*

Sinopse

Andrew Solomon, conhecido dos leitores portugueses através dos livros O Demónio da Depressão e Longe da Árvore, reúne neste volume uma série de textos sobre o suicídio, analisado sempre a partir de uma história pessoal ou de um caso concreto: quer do círculo mais íntimo do autor, como, por exemplo, o inesperado suicídio do exuberante amigo Terry, ou o suicídio assistido da mãe; quer de figuras públicas, como os de Anthony Bourdain ou Robin Williams, ou até os de celebridades literárias, como David Foster Wallace ou Sylvia Plath.

Um Crime da Solidão reflete sobre o suicídio, as suas causas e circunstâncias (solidão, depressão), o efeito de imitação, os aspetos facilitadores (como o fácil acesso a armas) e a incompreensível incidência em pessoas aparentemente realizadas e bem-sucedidas. São nove magníficos textos, na prosa sempre inteligente e cativante de Andrew Solomon.

Sobre O Demónio da Depressão:

«Um livro-chave para uma geração que traz a depressão no seu cerne.»

The Times

«O rico e eloquente testemunho que Salomon produziu sobre a sua estadia no inferno faz nascer a esperança no leitor deprimido.»

The Guardian

Cris


quarta-feira, 24 de abril de 2024

"Nini" de Ticas Graciosa

Não sei exactamente o que deste livro "pertence" à vida da autora mas isso, realmente, não importa de todo. Caso traduza a sua realidade, ou não, o que é relevante é como esta história nos chega a nós, leitores. 

E a história toca o coração de quem a lê, embora a escrita seja simples e a história contada de uma forma linear, o leitor reconhece a verdade destes acontecimentos porque, nas muitas histórias que ouve e vê ao seu redor, elas se assemelham na violência, na indiferença e no amor que muitas vezes as constituem.

Nini tem uma história de vida como, infelizmente, muitas crianças possuem. Agressão e amor, pai e mãe. Cresceu com o medo, sem saber bem que isso não é normal nem justo. Cresceu sem saber que a doença mental tomava de repente o pai. Mas a vida não é necessariamente feita de justiça e compreensão. Cresceu também com a indiferença de quem não quer ver e não ajuda porque não olha com atenção. A indiferença mata. Não querer reparar, mata. 

"Apesar de momentos pesados, a vida tem graça, e cada um de nós pode ser peso ou leveza na vida uns dos outros." (pág 220). Resta-nos saber o que escolhemos ser!

Não esperem um livro leve, esperem sim, um livro duro mas cheio de esperança e a certeza que o ciclo da vida pode ser mudado se o quisermos fazer.

Terminado em 26 de Março de 2024

Estrelas: 4*

Sinopse

De dentro de nós vem o pior que se pode imaginar. Mas também o melhor.

Quando Nini era criança, o pai, atormentado por um transtorno obsessivo, matou-lhe a mãe e suicidou-se — ou, como a mulher em que Nini se tornou viria a aprender, «morreu de suicídio».

Inspirado num único acontecimento real da vida da autora, justamente a morte dos pais, Nini é um romance que mergulha na construção literária de uma criança que cresce num ambiente preconceituoso e violento, e no esforço que faz para o compreender e superar ao longo da vida.

Um entusiasmante romance de estreia de Ticas Graciosa, que, com espantosa riqueza de imaginação e surpreendente habilidade, ficciona uma dor talvez há muito esquecida, mas que lhe tem imposto uma constante aprendizagem, quase uma luminosa missão para a vida: alertar.

E Nini? Terá ela compreendido, terá ela perdoado?

Cris

segunda-feira, 22 de abril de 2024

"A Uma Hora Tão tardia" de Claire Keegan

Confesso que quando comprei este livro já não me lembrava que era um livro de contos (tem três) e escolhi-o pela autora - quero ler tudo o que escreve... Não dei o tempo por perdido e realmente há um dos contos que ainda me lembro dele, forte como é: "Antártida". O meu coração bateu forte com esse conto. 

Dos outros dois, reconheci a escrita e o tom mas, se uma parte de mim acha que Claire Keegan podia escrever livros mais gordos e a outra metade acha-os perfeitos assim, o que é certo é que contos para mim nunca são suficientes. Falta-lhes sumo. Queria mais.

Para quem gosta de contos, acho estes perfeitos. Espreitem.

Terminado em 20 de Março de 2024

Estrelas: 5*

Sinopse

Um tríptico de histórias sobre amor, desejo, traição, misoginia e as sempre intrigantes interações entre mulheres e homens.

Celebrada pelos seus contos, Claire Keegan oferece-nos três histórias que constituem uma exploração da dinâmica de género, numa trajetória entre os seus primeiros e últimos trabalhos.
Em «A Uma Hora tão Tardia», Cathal enfrenta um longo fim de semana, recordando a mulher com quem poderia ter passado a vida, se tivesse agido de forma diferente.
Em «A Morte Lenta e Dolorosa», a chegada de uma escritora à casa à beira-mar de Heinrich Böll é perturbada por um académico que impõe a sua presença e as suas opiniões.
E, em «Antártida», uma mulher casada viaja para fora da cidade para descobrir como é dormir com outro homem e acaba nas mãos de um estranho possessivo.

Cada história investiga as dinâmicas que corrompem o que poderia existir entre seres humanos: a falta de generosidade, o peso das expectativas e a iminente ameaça de violência; e todas prometem permanecer na memória do leitor muito depois de fechar o livro.

«Claire Keegan é um dos melhores escritores de ficção do mundo.» [George Saunders]

«Cada palavra é acertada e oportuna. O efeito ressoa e é profundamente comovente.» [Hilary Mantel]

«Uma obra-prima.» [The New York Times]

Cris

sexta-feira, 19 de abril de 2024

“Kim Jiyoung, Nascida em 1982” de Cho Nam-Joo

História que se lê com muita fluidez, sobre uma mulher de 36 anos, Kim Jiyoung, casada, com uma filha e que, sem motivo aparente, começa a ter comportamentos estranhos, assumindo momentaneamente a personalidade de mulheres da sua família e amigas (transtorno dissociativo, supõe-se). A ida ao psicólogo é o passo tomado de seguida. Este é o começo que deixa logo um suspense no ar. Está-se em 2015, na Coreia do Sul. Depois, a trama recua no tempo e vamos percorrendo toda a sua vida até chegar ali.

E é nesta retrospectiva da sua vida que tomamos consciência do papel da Mulher na Coreia. Mas não só. Embora focado muito nas condições diferenciadas entre géneros e nas expectativas do que é esperado especificamente na Coreia em relação à Mulher, é certo que todos nos revimos um pouco na vida de Kim.

Embora estejam longe os tempos em que não era suposto as raparigas possuírem a mesma educação que os rapazes e as famílias coreanas perceberem que as mulheres tinham o direito de completar os seus estudos, depois, em ambiente profissional, elas continuam a ser discriminadas e muitas têm de abandonar os seus empregos sobretudo quando têm filhos. A exigência leva, muitas vezes, a momentos de ruptura psicológica.

"No entanto, em determinados momentos cruciais nas vidas das mulheres, o estigma "mulher" surgia-lhes à frente para lhes toldar a visão, amarrar-lhes as mãos e refreá-las. Os sinais contraditórios eram confusos e desconcertantes." (pág.70)

"O mundo tinha mudado bastante, é verdade, mas os pequenos hábitos, regras e convenções, não - o que significava que o mundo não tinha mudado praticamente nada" (pág.135)

É um livro rápido de ler e mescla muito bem a ficção com dados verídicos, o que torna a leitura muito "real". Recomendo. 

Terminado em 17 de Março de 2024

Estrelas: 5*

Sinopse

Quem é Kim Jiyoung?
Kim Jiyoung é uma menina nascida numa família que queria um menino. Uma irmã obrigada a dividir um quarto enquanto o irmão fica com um só para ele.
Uma rapariga perseguida na escola por professores do sexo masculino. Uma filha cujo pai a culpa quando ela é assediada na rua.
Kim Jiyoung é uma boa aluna que não recebe qualquer recomendação para estágios.
Uma funcionária-modelo que é esquecida nas promoções. Uma esposa que abdica da sua independência por uma vida doméstica.
Kim Jiyoung começou a agir de forma estranha.
Kim Jiyoung está deprimida.
Kim Jiyoung é todas as mulheres.

Cris


quinta-feira, 18 de abril de 2024

“Pequenas Coisas Como Estas” de Claire Keegan

1985, pequena cidade irlandesa.

Um dos aspectos de que gosto muito na escrita de Claire Keegan é o facto de me prender à sua narrativa, logo no início das suas obras. A sua linguagem é simples, clara, sem equívocos. Mas a trama envolve-nos num crescendo ao qual não nos sentimos capazes de resistir.

Esta é uma história que poderia traduzir bem a realidade de uma família que vive numa pequena localidade irlandesa marcada pelo estigma da pobreza, muito preocupada com o seu dia a dia, os seus assuntos, tantos!, de uma família numerosa. Bill Furlog, comerciante de carvão, tudo faz para que nada falte às suas 5 filhas e sua mulher. O seu dia é ocupado com trabalho intenso e quando chega a casa, à cama precisamente, fecha os olhos e nada mais pensa. Esta vida amortecida (quase) impede-o de pensar. 

Mas anseia por mais. Esta inquietação crescente leva-o a pensar na sua infância, criado que foi unicamente pela sua mãe, sem saber quem era o pai, e na sorte que o acompanhou desde cedo porque foi criado pela patroa, com todo o carinho. Até que um acontecimento, ao qual não deu importância conscientemente, o fez questionar sobre alguns acontecimentos que decorriam na cidade e aos quais ninguém, hipocritamente, ligava. Até que ponto seria melhor fechar os olhos para bem da sua família a quem Bill quer proteger de tudo?

O leitor, juntamente com Bill, vai, aos poucos apercebendo-se do mistério que envolve a cidade. A indiferença de todos, o horror e a crueldade do que se passa atinge-nos em cheio. Expectantes, interrogamo-nos como irá reagir o protagonista. Final belíssimo, como aconteceu noutro livro que li desta autora, “Acolher”.

Um livro que nos traz interrogações. Muitas. Devem lê-o, sem sombra de dúvida!

Foi baseado em acontecimentos verídicos que tiveram lugar num convento financiado pelo estado e gerido por freiras católicas romanas, na Irlanda, que não explanarei melhor aqui para não matar o factor surpresa, e que foi descoberto em 1993. A dedicatória da autora é dedicada a essas mulheres e crianças.

Terminado em 15 de Março de 2024

Estrelas: 6*

Sinopse

Estamos em 1985, numa pequena cidade irlandesa. A autora narra-nos a vida de Bill Furlong, um comerciante de carvão e pai de família.
Uma manhã, ainda muito cedo, quando vai entregar uma encomenda no convento local, Bill faz uma descoberta que o leva a confrontar-se com o passado e os complicados silêncios de uma povoação controlada pela Igreja.

Cris


segunda-feira, 15 de abril de 2024

Resultado do Passatempo "Toca a comentar!" - Mês de Março

Anunciamos o vencedor deste passatempo referente ao mês de Março.

Este é o link para o post onde se encontra anunciado o passatempo.

Assim, através do Random.Org, de todos os comentários efectuados nesse mês, foi seleccionada uma vencedora! Foi ela:

Carla Pereira Sousa

Parabéns! Terás que comentar este post e enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com até ao próximo dia 22, com os teus dados e escolher um de entre estes dois livros:


Cris

segunda-feira, 8 de abril de 2024

"Jane Eyre" de Charlotte Bronte

Uma leitura conjunta ajudou a pegar num livro que morava cá há tanto tempo que me tinha esquecido que já habitava na estante (tendo pedido outro como oferta no Natal de 2022). Resultado: quando fui procurar por ele, apareceram-me dois! Mas, quem é livrólico compreende bem estes acidentes… Mas voltando ao facto de ter sido lido no âmbito de uma leitura conjunta: é a melhor maneira de ler livros “esquecidos”, tanto mais que podemos sempre ir comentando com os parceiros de leitura durante todo o decorrer da obra. Sem pressões e sem metas rígidas, é como mais gosto. Acabo sempre por avançar mais depressa porque, caso contrário, com prazos precisamente estabelecidos sinto a obrigação de obedecer aos prazos e isso faz-me “comichão”… ;)

Quem já leu Jane Eyre e não gostou ponha o dedo no ar! Claro que, tendo sido publicado em 1847 (publicado primeiro com um pseudónimo masculino, Currer Bell, note-se!), tem de ser lido contextualizando a época e os costumes. Mas a crítica tão evidente e profunda ao papel da mulher na sociedade da época está, quase, em cada linha. Jane é uma personagem que serve esse fim, corajosa e destemida para a época. É a narradora desta obra, sendo o subtítulo “uma autobiografia” um alerta logo no início. Algumas vezes, utiliza a técnica em que o narrador interpela e fala diretamente com o leitor. Leitura que se faz num ápice pese embora as suas mais de 400 páginas! Agarra de imediato a atenção, não é lento e possui suspense q.b..

Jane começa por relatar a sua infância onde vive numa casa sem amor, ou melhor, com maus tratos, com a madrasta e suas duas meias irmãs e um irmão que exerce violência física sobre ela. O pai, falecido, deixou ordens em relação a Jane que a esposa nunca se preocupou em cumprir e… Assim começa uma história verdadeiramente entusiasmante! O facto que começar a relatar a obra desde a infância de Jane, demonstra que Charlotte sabe como agarrar o leitor. Ainda mais escrito na primeira pessoa!

Charlotte e suas irmãs tiveram uma vida tão atribulada que fiquei verdadeiramente interessada em ler uma biografia sua, talvez a escrita por Elizabeth Gaskell. Vou procurar. Morreu cedo, aos 38 anos, e as suas irmãs Anne (“Agnes Gray”) e Emily (“O Monte dos Vendavais”) já tinham ambas falecido.

Gostei muitíssimo. Devorei esta obra.

Terminado em 14 de Março de 2024

Estrelas: 6*

Sinopse

Jane Eyre, pobre e órfã, cresceu em casa da sua tia, onde a solidão e a crueldade imperavam, e depois numa escola de caridade com um regime severo. Esta infância fortaleceu, no entanto, o seu carácter independente, que se revela crucial ao ocupar o lugar de preceptora em Thornfield Hall. Mas, quando se apaixona por Mr. Ro- chester, o seu patrão, um homem de grande ironia e algum cinismo, a descoberta de um dos seus segredos força-a a uma opção. Deverá ficar com ele e viver com as consequências, ou seguir as suas convicções, mesmo que para tal tenha de abandonar o homem que ama?
Publicado em 1847, Jane Eyre chocou inúmeros leitores da Inglaterra vito- riana com a apaixonada e intensa busca de uma mulher pela igualdade e a liberdade.  

Cris