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segunda-feira, 26 de março de 2018

"Dei o Teu Nome às Estrelas" de Rui Conceiçāo Silva

Confesso que esperava um romance "light" quando abri este livro. Talvez pelo título e/ou pela capa. Nas primeiras folhas nāo tive disso a confirmaçāo mas também nāo me empolguei totalmente. Algumas descriçōes, que achei belas, um subtil enquadramento à época (1883, Figueiró dos Vinhos) que achei perfeito. Mas, a história nas primeiras páginas nāo "avançava" grandemente, pareceu-me.

No entanto, a escrita límpida, escorreita e cuidada, fez-me continuar com agrado. Como referi, o ambiente foi cuidadosamente estudado e bem descrito, fazendo-me anotar alguns sítios deste Portugal, que às vezes desconhecemos, para visitar em dias de mais calor (Foz de Alge, por ex.).

Ao fim de umas poucas dezenas de páginas, a situaçāo alterou-se e a história prendeu-me. Joaquim Matheus é um jovem pobre que, com a ajuda do padrinho, conseguiu fazer com que as palavras escritas, a sua grande paixāo, definissem o seu modo de vida: era o mestre-escola da terra onde tinha mascido. Mas foi sempre um rapaz solitário, sem grandes amigos, metido com os livros e pouco mais. A situaçāo muda um pouco quando conhece dois jovens pintores (José Malhoa e Manuel Henrique Pinto) que tinham ido passar férias e conhecer Figueiró. Juntam-se, assim, alguns amigos que, explorando os sítios idílicos dos arredores, fazem caminhadas e passeios. Pintores, poetas, amantes de livros, inventores de palavras.

Joaquim apaixona-se por Olinda. Mas o leitor nāo se pode esquecer que a história se passa no século XIX. Outros hábitos e costumes fazem parte de um Portugal rural e retrógado que impediu muitos amores...

Gostei de tudo nesta obra. Se passarem pelo meu instagram (aqui) podem ler um pequeno trecho que lá coloquei e bateu fundo cá dentro. Sāo as palavras do autor sobre o que eu tinha pensado já. Muito bom. Recomendo!

Terminado em 24 de Março de 2018

Estrelas: 5*

Sinopse
Em 1883, numa terra como tantas outras, perdida na imensidão das serras e longe dos olhares do mundo, vivia Joaquim, professor e narrador desta história, um homem sem alento, esperando por tempos que não vinham. Contudo, nesse ano, chegam à terra duas pessoas que irão mudar a sua vida para sempre: José Malhoa e Manuel Henrique Pinto, semeadores de maravilhas. É com eles, e com outros caminhantes, que Joaquim encontrará o lado bonito da sua terra, qual paraíso escondido entre montanhas. Um dia, ele escuta a voz de Olinda, a mulher que lhe seduz os silêncios e os sonhos, e fica preso a esse amor, o único que guardará eternamente.

Cris

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