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domingo, 18 de fevereiro de 2018

Ao Domingo com... Humberto Duarte


Não é fácil escrever uma apresentação em nome próprio.
      Às vezes, num texto como este, tenho vontade de apresentar um outro eu, prolongar a ficção, confundir o autor com uma personagem por ele imaginada, dar-lhe romantismo, autoridade, carisma, uma vida épica, repleta de peripécias e de lugares exóticos.
      Não poderá o autor transfigurar-se num reflexo dos universos que cria? Tornar-se-ia muito mais atrativo aos olhos de quem o lê e não o conhece, ganharia uma aura de inacessibilidade, guardaria a devida distância para o comum dos mortais. Porque não podem ter os escritores – todos os escritores! - vidas como as de Hemingway, Jack London, Kerouac ou o nosso Luís de Camões? Ou será que as vidas também se estimulam e engrandecem a partir dos textos e não só dos lugares ou das aventuras?
      Comum mortal me confesso, paradigma do aventureiro de trazer por casa, cabeça na lua, mas pés na terra, apesar da vontade de voar. Humberto Duarte, dois livros editados, aprendiz de escritor.
      Ao contrário do mais lógico, comecei pelo romance mais longo (Um anjo pela metade) e só mais tarde assomaram à luz do dia os contos mais curtos (O ouriço malicioso e outras histórias de amor, ciúme e resignação). Já não são meus, perdi-os por aí e só espero que alguém os encontre. Outros fervilham na cabeça, à espera da oportunidade de ganharem asas e vida própria. É que já percebi que o mais difícil era o primeiro, tinham-me avisado. Depois o vício instala-se e já não se quer parar.
      Tenho a esperança ou a utopia de um dia também poder voar junto dos meus heróis.

Humberto Duarte

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