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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

"A Trégua" de Primo Levi

Pelas leituras que fiz anteriormente já não possuía a ideia de que, depois de 27 Janeiro de 1945 (data da libertação dos prisioneiros de Auschwitz), aqueles seres humanos cujos rostos e corpos mais se pareciam com pedaços de animais maltratados, teriam sido levados em braços e acarinhados. Já sabia que assim não acontecera. Mas nada prepara o leitor para o relato cru de quem lá esteve.

Também já sabia que a escrita de Primo Levi é muito descritiva, sem ser lamechas, e tem o condão de nos transportar para o horror por ele vivido (leiam o primeiro livro desta trilogia, Se isto é um Homem). Ficamos secos, sem palavras, tamanho é o horror do que foi a vida de quem saiu de um campo de concentração e continuou a encontrar fome, indiferença não podendo, de imediato, regressar a casa. As fronteiras estavam fechadas. O desconhecimento dos que viviam fora dos campos e a sua indiferença é algo que marca o leitor, que magoa, quando o relato do autor nos cerca e envolve com esses acontecimentos tão vividos e dolorosos. Como foi possível? Tanto caos!

E magoou também Primo Levi e os demais ex-prisioneiros. Disso temos noção em cada frase escrita, em cada acontecimento relatado. Nos finais de Outubro, Primo Levi chega a casa. Não era esperado.

Sim, já sabia que esta leitura me marcaria. Alguns preferem não ler. No entanto, acredito que, precisamente por ser um relato na primeira pessoa, ele deve ser conhecido de todos. "Os Que Sucumbem E Os Que Se Salvam" vai ser resgatado da estante. Será uma leitura que farei em breve. 

Urgente ler!

Terminado em 31 Janeiro de 2018

Estrelas: 6*

Sinopse
Primo Levi (Turim, 1919-87) inscreveu seu nome entre os maiores escritores do século XX, a partir da experiência de prisioneiro e sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz. Sua prosa literária tem a força expressiva das narrativas em que a voz da testemunha alia-se ao trabalho da memória e da recriação da vida nos limites máximos da dor e da destruição.
A trégua narra a longa e incrível viagem de volta para casa depois da libertação de Auschwitz e do fim da guerra. Numa Europa semi-destruída, o autor e vários companheiros de estrada viajam sem destino pelo Leste até a URSS, entre as ruínas da maior de todas as guerras e o absurdo da burocracia dos vencedores.

Cris

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