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sábado, 30 de setembro de 2017

Na minha caixa de correio

  
  

Ofertados:
Milarepa - Marcador
Laëtitia - Bertrand
O Caminho Imperfeito - Quetzal

Comprados/ Ganhos:
Lexy, o menino vegano
Re-Use

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

"As Mulheres no Castelo" de Jessica Shattuck

Gostava de conseguir transmitir todo este emararanhado de sensaçōes que pululam na minha cabeça, de lhes dar ordem e sentido, e, no entanto, nāo consigo exprimir o quanto este livro mexeu comigo.
      Trata-se de um excelente trabalho de pesquisa mesclado com uma ficçāo soberba, cheia de uma imaginaçāo de fazer inveja. Uma história bem contada, com personagens credíveis, caracterizados na perfeiçāo. O bom e o mau que existe em cada ser humano.
      A história reporta a 1938 e vai até 1991, na Alemanha. É a história de três mulheres alemās que a guerra acabou por juntar. É a história, também, da resistência alemā a um ditador, a um conjunto de ideias que se revelou do mais ediondo que podia haver. De como a propaganda nazi influenciou o povo, de como esse povo nāo viu, ou nāo quis ver, o quese estava a passar. Das batalhas interiores de cada um, dos segredos escondidos, dos remorsos do que se fez e do que se deixou passar sem tomar nenhuma atitude, da inércia, do que o medo é capaz de fazer. Um outro lado da Guerra sobre o qual nāo é habitual ler-se.
      Um livro que me deixou completamente embebida tanto mais as páginas passavam por mim, que me deixou sem palavras. Vivi tudo o que foi descrito e se nāo aconteceu realmente toda esta história, a sensaçāo que se tem é que poder-se-ia ter passado tal qual. 

Muito bom! Obrigatório ler. A capa nāo traduz a profundidade deste livro. De todo. Creio que teria preferido outra. Recomendo vivamente.

Terminado em 24 de Setembro de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse
Na guerra fizeram escolhas impossíveis, agora têm de viver com elas. Três mulheres, assombradas pelo passado. Marianne von Lingenfels volta ao castelo abandonado, dos ante-passados do marido. Para cumprir a promessa que fez aos corajosos companheiros do marido: encontrar e proteger as suas mulheres no meio das cinzas da derrota da Alemanha nazi. Um livro com uma pesquisa histórica rigorosa e que oferece um novo olhar e novas realidades da Segunda Guerra Mundial, um dos períodos mais lidos da nossa história.

Cris

domingo, 24 de setembro de 2017

Ao Domingo com... Iria Alexandra Cardoso

Sou uma sonhadora acima de tudo.
     
Desde pequena, por influência da minha Mãe, que lido muito com livros e ficção no geral.
      Ainda me lembro do tempo em que o senhor do Círculo de Leitores vinha a minha casa entregar a revista e/ou entregar mais um livro para uma qualquer colecção que estivéssemos a fazer na altura. Digo estivéssemos, pois a minha Mãe é uma ávida leitora e sempre me incutiu esse hábito, mesmo que fosse apenas o folhear dos livros naquela altura.
      Lembro-me de folhear os meus livros – comecei as minhas colecções quando tinha 3 ou 4 anos - e os livros grandes de atlas ou de história em geral, apesar de não compreender o que diziam, mas gostar das imagens. E, está claro, gostava dos livros Disney, com as suas princesas e príncipes, bem como de “Pedrito, o Coelho”.
      Quando comecei a ler e a compreender as palavras e frases, a leitura e o gostar de ler nunca me deixaram, fazendo-me companhia enquanto crescia. Li Alice Vieira, Enyd Blyton, Rosa Lobato Faria, mas foi com “Harry Potter” de J.K. Rowling que descobri o estilo que mais gostava de me embrenhar. Li “Senhor dos Anéis” de J.R.R Tolkien; a trilogia de “Ceptro de Aerziz”, de Inês Botelho; o “Ciclo da Herança” de Christopher Paolini; “As Crónicas de Spiderwick” de Holly Black e Tony DiTerlizzi; “As Memórias de Idhún” de Laura Gallego García. Entre Neil Gaiman, Filipe Faria, Stephanie Meyer e Joanne Harris cresci no mundo da fantasia e, com as colecções que fui fazendo, cresci a ler sobre as mitologias do mundo e as lendas de grandes heróis do tempo antigo e medieval.
      Depois descobri Nora Roberts e Sherrilyn Kenyon com a sua saga de fantasia dos “Predadores da Noite”, bem como “As Crónicas de Gelo e Fogo” de George R.R. Martin – e ainda antes da série.
      Ao longo dos anos, comecei a escrever. A escrever num diário, bem como nos trabalhos de escola quando deveriam ser mais elaborados e vindos da imaginação. Mais tarde, quando entrei no secundário, comecei a escrever pequenos textos para mim, para desanuviar os meus pensamentos.
    Contudo, foi quando entrei na faculdade e precisando de algo para descansar a cabeça dos trabalhos e das leituras que era obrigatório fazer, que a escrita começou a ficar mais séria e que lhe tomei o gosto.
      Foi aí que escrevi o primeiro rascunho de “Equilíbrio 1 – O Despertar”, o meu primeiro livro, agora publicado.
      Apesar de ainda ter demorado o seu tempo, e de ter rearranjado em muito o primeiro rascunho, e depois de muito tempo a tentar arranjar coragem para enviar o manuscrito, em 2015 a Chiado Editora deu-me a oportunidade de mostrar que afinal tinha jeito para “a coisa”. E o feedback que tenho tido, seja de pessoas conhecidas como de desconhecidos e de professores com quem ainda mantenho contacto, deixa-me nas nuvens, pois fico contente que as pessoas gostem daquilo que escrevo.
      Posso dizer que esta minha primeira obra – de onde mais dois irão sair – é algo pessoal e que me ajudou a ultrapassar certas dificuldades e espero que também ajude quem o ler e que o transporte numa aventura única.
      Penso que esse seja o maior sonho de um escritor, é o da sua obra chegar longe e aonde mais nada ou ninguém chega ou chegou.
      Muitas obras tocaram-me no coração e ajudaram-me a ultrapassar as dificuldades do crescimento, onde muitas vezes parecemos estar deslocados. E às vezes basta conhecermos as pessoas certas, vivermos a experiência certa em algum momento da nossa vida para nos ajudar a crescer.
      E, espero, que seja essa a sensação que as pessoas terão ao ler o meu livro.
Podem ficar a par de todas as novidades na minha página do Facebook

https://www.facebook.com/IAlexCardoso/

Iria Alexandra Cardoso





sábado, 23 de setembro de 2017

Na minha caixa de correio

              

Ofertados:

A Conjura e Um Salto de Gafanhoto - Clube do Autor
Cozinha Flexi- Arena
O Apelo Selvagem e Nenhuma Verdade se Escreve ni Singular - Bertrand
As Duas Vidas de Sofia Stern- Porto Editora
Os restantes livros foram comprados em segunda māo, na Net e Feira da Ladra.


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Novidade Marcador

Milarepa
de Eric-Emmanuel Schmitt

Todas as noites, Simon tem um sonho recorrente. É a reencarnação do tio de Milarepa, o famoso iogue tibetano do século XI. Para quebrar os ciclos infinitos de reencarnação, Simon terá de contar a história de Milarepa e do seu tio, que nutria pelo sobrinho um ódio implacável, identificando-se com eles até ao ponto em que a sua identidade se funde com a deles. Mas onde começam os sonhos e termina a realidade?

Neste livro, que é simultaneamente simples e maravilhoso, um conto no espírito do budismo tibetano, Eric-Emmanuel Schmitt traz-nos os temas mais importantes para o espírito humano: a vida, o amor, a morte, o bem e o mal.

«Eu choro e sinto um forte sentimento de fé de cada vez que leio ou ouçoa história de Milarepa, o grande iogue do Tibete.»
Dalai Lama

«Milarepa, de Eric-Emmanuel Schmitt, mostra-nos que a essência da vida é a mesma em todas as partes do mundo e que consiste em generosidade e autoconhecimento.»
Le Midi Libre

Novidade Clube do Autor

A Cicatriz do Mal
de Pierre Lemaitre
Galerie Monier, Paris. Uma mulher é apanhada de surpresa por três homens armados que assaltam uma joalharia em plena galeria de lojas dos Campos Elísios. A mulher chama-se Anne Forestier. Trata-se nada mais nada menos do que a companheira do comissário Camille Verhœven, responsável pela Brigada Criminal.
      Fazendo tábua rasa da lei e correndo o risco de perder o posto de trabalho, o comissário esconde dos demais polícias o facto de conhecer Anne e toma a investigação a seu cargo. É o primeiro passo de uma manipulação orquestrada por um assassino vingativo. Na realidade, quem dá caça a quem? E quem é a verdadeira presa?
      Gravemente ferida e coberta de cicatrizes, Anne fica internada no hospital, até que Camille a esconde na casa isolada que herdou da mãe. Perseguida por um dos atacantes, esta misteriosa mulher manterá o comissário na corda bamba, tanto a nível pessoal como profissional. Digno herdeiro de Sherlock Holmes e Hercule Poirot, com uma costela de Philip Marlowe, o comandante é um mestre na arte de bem investigar, mas este caso revela-se uma manipulação com requintes de vingança pessoal.
      Como habitualmente acontece na escrita de Lemaitre, as aparências enganam, e Camille acabará por compreender que é vítima de uma intriga que remonta ao passado, vendo-se obrigado a recorrer a todos os expedientes e mais algum para descobrir o responsável, bem como as razões que motivam o enigmático assassino.

Convite Bertrand


Novidade Porto Editora

O Diário de Anne Frank

(banda desenhada)
Ari Folman (guião) e David Polonsky (ilustração)

«12 de junho de 1942: Espero poder confiar-te tudo, como nunca pude confiar em ninguém, e espero que venhas a ser uma grande fonte de conforto e apoio.»

No verão de 1942, com a ocupação nazi da Holanda, Anne Frank e a família são forçados a esconder-se. Durante dois longos anos, vivem com um grupo de outros judeus num pequeno anexo secreto em Amesterdão, temendo diariamente ser descobertos.
      Anne tinha treze anos quando entrou para o anexo e levou com ela um diário que manteve no decorrer de todo este período, anotando os seus pensamentos mais íntimos, os seus receios e esperanças, e dando conta do dia a dia da vida em reclusão.
      Em 1947, após o fim da Segunda Guerra Mundial — a que Anne não sobreviveria —, o seu pai publicou este diário, um documento inspirador que é ainda hoje um dos livros mais acarinhados em todo o mundo e uma obra marcante na história do século xx.
      Lançada mundialmente em celebração do 70.º aniversário de O Diário de Anne Frank, esta é a sua primeira adaptação para banda desenhada, realizada com a autorização da família e tendo por base os textos originais do diário.

Novidade Saída de Emergência

Desobediência
de Naomi Alderman
Para Ronit, uma jovem solteira a viver em Nova Iorque, o Judaísmo Ortodoxo no qual foi educada é uma religião sufocante de que fugiu há muito tempo. Quando descobre que o pai, um estimado rabi da comunidade judaica de Londres, faleceu, decide regressar a casa pela primeira vez em anos.
O seu regresso confronta-a com memórias de infância. As amizades e os amores que formou na adolescência voltam para a assombrar e lembram-na, de forma dolorosa, que não só é uma estranha na sua própria casa, mas também uma ameaça à tradição.
Dividida entre os seus desejos pessoais e a obediência a Deus, que escolha resta a Ronit? Uma vida de conformismo… ou desobedecer a tudo o que lhe foi ensinado desde a infância?

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Escolha do Jorge: “Requiem por um Sonho”

Publicado em 1978, “Requiem por um Sonho” de Hubert Selby Jr. (1928-2004) conhece agora a sua edição portuguesa através da Antígona.
      Passado no Bronx, na década de 70, esta narrativa centra a sua atenção em quatro personagens, de forma contínua e intensa, tornando-os quase tangíveis.
      Realista, cru e alucinante, “Requiem por um Sonho” transtorna qualquer leitor que mergulha neste universo da busca do sonho americano e que termina num verdadeiro flop. Uma viagem sem retorno em que o desespero face a uma vida desprovida de emoções e sentimentos porque o vazio e a falta de sentido imperam fazendo o seu livre curso.
      Sara, uma mulher viúva, com tradições judaicas que se dissolvem na cultura americana, é viciada na televisão e acredita piamente que será chamada para participar num concurso de televisão e que, em função disso, granjeará fama e dinheiro. Sara prepara-se para o grande momento e, para isso, decide mudar de imagem. Pinta o cabelo e perde peso para poder voltar a usar o seu vestido preferido, aparecendo, assim, na televisão, causando furor.
      A ansiedade e a expectativa face à eminência de aparecer na televisão vai contrastar com a indiferença da sociedade, acabando por desenvolver uma esquizofrenia paranoide, cujo tratamento, à época, funcionava com choques eléctricos. O sonho de Sara em aparecer na televisão é, pois, substituído por um hospital psiquiátrico.
      Harry, o filho de Sara, e o seu amigo Tyrone, sonham em ganhar dinheiro fácil à conta dos toxicodependentes. Compram a melhor heroína para a venderem através de uma complexa rede de viciados e de esquemas nem sempre fáceis. Mais do que traficantes, Harry e Tyrone, são também eles, consumidores. Não perdem uma oportunidade para tomarem a sua dose diária. É o ciclo vicioso e alucinante do mundo da droga. Harry e Tyrone acreditam que é desta vez que vão fazer uma boa maquia. Conseguiram bons fornecedores e consumidores viciados não faltam. Mas este mundo está sempre a mudar as regras e quem manda, também. Entre as somas avultadas alcançadas com a venda das
doses a outros toxicodependentes e o consumo próprio excessivo, Harry e Tyrone nunca passam de meros peões neste mundo cão onde acabam por serem engolidos, mais tarde ou mais cedo.
      Esta ideia de, agora é que vai ser, agora é que vamos ser grandes e ganhar um bom dinheiro, não passa mesmo de um sonho, porque até mesmo os sonhos por vezes transformam-se em pesadelos e aquilo que mais se deseja, acaba tantas vezes por se transformar no seu contrário.
      Há ainda Marion, a namorada de Harry, conhecedora de arte e com estudos feitos na área, sonha em abrir um negócio relacionado com arte à conta do dinheiro que Harry jamais ganhará através da venda da droga. Marion, também toxicodependente, talvez a mais “agarrada” deste grupo, vê-se, não poucas vezes, a prostituir-se para conseguir a sua dose diária de heroína.
      Sonhos grandes, imensos, mas todos caem por terra, estilhaçando-se como uma garrafa de vidro que escorrega das mãos. Todos os personagens estiveram lá quase, quase. Sonharam muito, mas a vida trocou-lhes as voltas. A questão é que fizeram tudo ao contrário perante a vã ilusão do sonho americano.
      Também o leitor não sai ileso com a leitura de “Requiem por um Sonho”. Mergulhamos neste livro e, simultaneamente, numa realidade que só nos anos 80 e 90 passámos a ter o eco das transformações socioeconómicas do pós-25 de Abril, com a conquista da democracia. Ganhos houve, claro, a liberdade, indiscutível, mas tudo o que a liberdade também trouxe consigo, apenas com o atraso de anos face a outros países.
      Em todo o caso, “Requiem por um Sonho” é um livro audaz, inteligente, que concentra a sua atenção e energia em quatro personagens com um imenso paralelismo com a actualidade, independentemente dos temas em análise.
      A ideia de materialismo fácil como condição da felicidade é um tema actual. A obra tem muito de psicologia, sociologia, mas também de história e de antropologia em última instância. A condição humana continua a ser o cerne da questão em tantas obras literárias e, neste caso em particular, o autor Hubert Selby Jr. sabia daquilo que escrevia, conhecia a fundo o meio, a realidade crua e cruel de Nova Iorque nos anos 70.
      Do ponto de vista literário, Hubert Selby Jr. apresenta um estilo muito próprio, misturando os diálogos dos vários personagens, num contínuo de conversas, fugindo ao registo clássico da apresentação formal, gráfica. Não esquecendo ainda a mistura dos complementos, directo e indirecto, numa amálgama de conversas entre os personagens e o narrador.
      Este estilo muito próprio do escritor não facilita a vida aos tradutores e, não resta dúvidas, que quanto a esta edição de “Requiem por um Sonho”, não só a Antígona coloca no mercado português uma obra invulgar com grande fulgor, mas também o reconhecimento de um tradutor, Paulo Faria, que consegue, também ele, transformar esta tradução numa obra de arte. 
      O leitor rapidamente perceberá do “monstro” que tem nas mãos e do desafio imenso que terá sido traduzir uma obra com tamanha complexidade, para que faça sentido em português, termos e expressões e, sobretudo o calão muito específico, utilizado ao longo de mais de 300 páginas.
      E porque tantas vezes os tradutores são esquecidos no contexto das obras publicadas, deixo aqui o meu apreço ao tradutor Paulo Faria que fez um trabalho inigualável e meritório.

Excertos:
“Começamos a sentir a apatia do dia a dissipar-se aos poucos quando os canhestros e os quadradões chegam todos a casa do seu emprego das 9 às 5 e se sentam à mesa para jantar com a mulher e com os putos, a mulher sempre com aquele ar de gaja já nas lonas, de cabelo na cara e rabo descaído, a atirar para cima da mesa a mesma mistela do costume, e os macacos dos putos, raios partam os gajos, a berrarem e a lutarem uns com os outros porque ele tem um bife maior que o meu e ele tirou mais manteiga do que eu e o que é hoje a sobremesa, e depois do jantar o homem agarra numa lata de cerveja e senta-se em frente à televisão e grunhe e peida-se e palita os dentes a pensar lá com os seus botões que devia mas era sair de casa e engatar uma gaja boa, mas ‘tou demasiado cansado, e por fim lá entra a patroa na sala e deixa-se cair no sofá e diz a mesma coisa todas as noites. Nunca muda. O què que ‘tás a ver, querido????” (pp. 27-28)

“Acho que é um dos problemas deste nosso mundo de hoje, ninguém sabe quem é. Toda a gente anda às voltas, à cata duma identidade, ou a tentar pedir uma de empréstimo.” (p. 157)

“Foram a uma casa de banho pública numa estação de metro, trancaram a porta e queimaram um monte de papel higiénico para se aquecerem, depois encheram as seringas com água da retrete manchada e nojenta e deram o caldo e ficaram ali encostados às paredes do cubículo, a sentirem o calor da droga a derreter-lhes o gelo no sangue e nos ossos, depois limparam o suor dos rostos e olharam-se com um sorriso e trocaram uma palmada dá-cá-mais-cinco, Istè castanha da boa, meu. Bruxo, chavalo, é porreira, porreira. Saíram da casa de banho e desceram os degraus até ao cais da estação do metro, sentindo-se quentes e em segurança e em segurança.” (pp. 231-232)

Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Meet & Greet com Pedro Siqueira

A Convite da Pergaminho/Bertrand fui com uma amiga à Bertrand das Amoreiras para a apresentaçāo do livro "Você Pode Falar com Deus". Nāo conhecia o Pedro, nunca tinha ouvido falar dele sequer. Nāo que isso importe muito. Fiquei a saber que meio Brasil o conhece, sobretudo pelos encontros que promove para rezarem o Terço, onde se juntam milhares de pessoas...
      Li o livro, curiosa. Recebi-o uns dias antes e li-o mas nāo o vou classificar. Tem de ser lido aos olhos da fé e isso nāo é passível de qualquer tipo de classificaçāo, tanto mais que a fé é algo de muito pessoal. Pelo menos é o que acho. Para quem se interessar por estes assuntos, fica a dica.
      Gostei de o ouvrir, embora nāo me tenha tocado ao coraçāo. Falou com alguma ligeireza e uma pitada de humor de acontecimentos susceptíveis de alguma controvérsia. Fiquei curiosa sobre as suas afirmaçōes e com alguns factos da sua vida privada. 
      Foi uma experiência enriquecedora. Gostei de o conhecer, embora as dúvidas sobre alguns aspectos que me surgiram durante a leitura do livro tivessem permanecido. 

Terminado em 18 de Setembro de 2017

Sinopse
Desde criança, Pedro Siqueira tinha visões místicas. Com o tempo, o seu dom transformou-se em missão: ser um instrumento de ligação entre as pessoas e o mundo espiritual e ajudá-las a desenvolver sua fé através das mensagens de santos, anjos e de Nossa Senhora. Começou a partilhar os ensinamentos que recebia com pequenos grupos de oração. Aos poucos, esse círculo foi crescendo e, hoje, Pedro Siqueira dirige a oração do terço a milhares de fiéis em todo o mundo. 
      Com este livro, amplia ainda mais o alcance da sua mensagem e leva ao leitor as orientações mais importantes para quem deseja estreitar sua relação com Deus por meio da oração.
      Muitas pessoas que creem em Deus não têm o hábito de rezar, mas Pedro Siqueira mostra que a prece tem de fazer parte do nosso dia a dia. Os seus poderes são surpreendentes: ela acalma corações e transforma a realidade. Este livro ensina como devemos rezar para estabelecer um canal de comunicação direto e verdadeiro com Deus, e aponta-nos o caminho para uma vida espiritual plena e feliz, dedicada ao Senhor e ao serviço do próximo. A partir de fascinantes histórias reais, Pedro Siqueira faz-nos ver como são impressionantes as coisas vindas do Altíssimo. E que, quando rezamos com fé e acreditamos na Providência divina, podem acontecer milagres nas nossas vidas.
      «Precisamos ter a consciência de que somos filhos amados do Altíssimo. Ele anseia pelo nosso contacto e quer que tenhamos mais e mais intimidade com o mundo espiritual. Devemos aprimorar a nossa conexão com Deus; só com a prática podemos alcançar um nível de excelência. Dá trabalho, mas também muita satisfação.» - Pedro Siqueira

Cris

terça-feira, 19 de setembro de 2017

"Um Mais Um" de Jojo Moyes

Que dizer de um livro que nos comove ao ponto de nos fazer correr algumas lágrimas? 
      Nāo me interessa muito que algumas pessoas possam achar que este livro é mais um romance de cordel... Eu adorei estar um dia inteiro dentro das suas páginas, dentro da história narrada, dentro das personagens principais sentindo como elas todos os altos e baixos das suas vidas surpreendentemente complicadas e onde uma coisa pior sucede depois de uma coisa má! Adorei sentir que as coisas boas viriam a seguir e que Jess e Ed iriam ficar juntos. Desejei que isso acontecesse depressa e li num ápice as últimas páginas. Aliás, devorei-as. Fiquei apaixonada pela Tanzie e pelo Nicky, filhos de Jess, pelos seus problemas vários que passavam sobretudo por serem diferentes, mas também pela forma como eram educados por Jess, pelos valores que esta lhes transmitia principalmente pela sua postura de vida e pelo seu desempenho diário.
      Jojo, acho que este se nāo é o teu melhor livro é pelo menos um que mereceu as minhas lágrimas o que, de facto, nāo é algo habitual em mim. Parabéns! Quem me dera saber escrever romances de "cordel" como este e chegar ao coraçāo de quem lê!
      Recomendo mesmo muito! Saber envolver o leitor nas peripécias que vāo acontecendo a um ritmo alucinente, descrever na perfeiçāo os quatro personagens envolvidos, e conferir um cunho pessoal que nos toca e comove nāo é, certamente, para qualquer escritor. De novo os meus parabéns!

Terminado a 17 de Setembro de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse
Uma mãe por conta própria Jess Thomas faz o seu melhor, dia após dia. É difícil lutar sozinha. E, por vezes, assume riscos que não devia. Apenas porque tem de ser… Uma família caótica Tanzie, a filha de Jess, é uma criança dotada e brilhante a lidar com números, mas sem apoio nunca terá oportunidade de se revelar. Nicky, enteado de Jess, é um adolescente reservado, que não consegue sozinho fazer frente às perseguições de que é alvo na escola. Por vezes, Jess sente que os filhos se estão a afundar… Um desconhecido atraente Ed Nicholls entra nas suas vidas. Ele é um homem com um passado complicado que foge desesperado de um futuro incerto. Ed sabe o que é a solidão. E quer ajudá-los… Uma história de amor inesperada "Um Mais Um – A Fórmula da Felicidade" é um romance cativante e original sobre duas pessoas que se encontram em circunstâncias difíceis.

Cris

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

"O Efeito Rosie" de Graeme Simsion

Quem leu o Projecto Rosie (ver comentário aqui!) sente-se automaticamente atraído por esta leitura. Embora contenha muitos factos verídicos no que se refere à patologia que o protagonista desta história é detentor (Asperger) eles sāo-nos descritos, pelo próprio, de uma forma hilariante mas que, ao mesmo tempo, nos faz pensar.
     
 Se nāo leram O Projecto Rosie faz todo o sentido lê-lo primeiro. O Efeito Rosie é a continuaçāo de todas as peripécias e mais algumas que Don nos habituou. Depois do seu casamento com Rosie, quando ela lhe dá uma notícia para a qual nāo se sente preparado (vāo ser pais!), Don começa quase instantaneamente a criar situaçōes que colocam o seu casamento em perigo. O seu desejo de querer adquirir aptidōes sociais para o seu papel de pai levam-no a uma série de peripécias que, se nāo nos fazem gargalhar, pelo menos nos fazem sorrir... E os problemas sāo como uma bolinha de neve!

Muito divertido, este livro é um bom pretexto para passarem algumas horas agradáveis. Vale a pena ler!

Terminado em 14 de Setembro de 2017

Estrelas: 5*

Sinopse
Dez meses e dez dias após o seu casamento, encontramo-nos de novo com Don e Rosie, agora a viverem felizes em Nova Iorque. Mas Rosie está grávida e Don tem de se preparar para ser pai - o maior desafio da sua vida, anteriormente tão organizada. Para Don, cujo equilíbrio mental se baseia na planificação, a chegada de um filho é assustadora. Por outro lado, na sua atividade profissional, as surpresas multiplicam-se...
      Será Don, com o seu espírito científico, capaz de preservar a felicidade? Ou regressará ao seu anterior estilo de vida, arriscando-se a perder Rosie para sempre? O Efeito Rosie é a sequela do inesquecível bestseller internacional O Projeto Rosie.

Para mais informações sobre este livro, consulte o site da Editorial Presença aqui.

Cris

sábado, 16 de setembro de 2017

Na minha caixa de correio

  

  

  


Oferta da Planeta: o exemplar de avanço do livro As Mulheres no Castelo, A Mulher do Meu Marido e A Céu Aberto.
Os Herdeiros da Terra chegou-me enviado pela Suma de Letras.
Da Persença recebi Uma Coluna de Fogo de um autor que adoro.
Slow Living Yoga chegou pelas māos da Arena.
Você Pode Falar com Deus. meet & Greet com o autor dia 19 na Bertrand das Amoreias às 18:30.
Tudo de Bom para o meu Intestino foi uma oferta da Jacarandå.
E da Bertrand recebi um livrinho para a rubrica Para os Mais Pequeninos, As Formas.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Novidades Porto Editora

Uma Mulher Desnecessária
de Rabih Alameddine
Aaliya Saleh vive sozinha no seu apartamento em Beirute, rodeada por pilhas e pilhas de livros. Sem Deus, sem pai, sem filhos e divorciada, Aaliya é o «apêndice desnecessário» da sua família.
      Todos os anos, ela traduz um novo livro para árabe, e depois guarda-o. Os trinta e sete livros que Aaliya já traduziu nunca foram lidos por ninguém. Depois de ouvir as vizinhas, as três «bruxas», a criticar a extrema brancura do seu cabelo, Aaliya tinge-o… de azul.
      Neste assombroso retrato da crise de idade de uma mulher solitária, os leitores seguem a mente errante de Aaliya, à medida que ela vagueia pelas visões do passado e do presente da capital do Líbano: reflexões coloridas sobre literatura, filosofia e arte são invadidas por memórias da guerra civil libanesa e do próprio passado volátil de Aaliya. Ao tentar superar o envelhecimento do corpo e as
inoportunas explosões emocionais que o acompanham, Aaliya é confrontada com um desastre impensável que ameaça estilhaçar a quietude da vida que ela escolheu para si mesma.


A Última Viúva de África
de Carlos Vale Ferraz
Alice Oliveira, nascida e criada no Minho, num meio pobre e sem outros horizontes
a não ser o casamento com algum camponês borrachão e a criação de uma enorme e desgraçada prole, ou o trabalho duro nas fábricas locais, cedo tomou as rédeas do seu destino.
      Nos anos cinquenta do século passado terá emigrado para o continente africano, pertencendo ao reduzido número de portugueses que permaneceu na antiga colónia belga do Congo após a independência.
      Conhecida nesses tempos por Madame X pelas autoridades portuguesas, para quem trabalhava como informadora, e por Kisimbi, a «mãe», pelos mercenários que combatiam em prol da secessão do Catanga, ela permanece uma figura misteriosa, que ganha contornos bem definidos neste romance, A Última Viúva de África, onde se recria o percurso de vida, os motivos, os encontros e desencontros e a rede de contactos que fizeram dela a amante frustrada do continente africano, a viúva branca de um paraíso perdido com a descolonização.

Novidade Bertrand

O Apelo Selvagem
de Jack London
Após a descoberta de ouro no norte do Canadá e no Alasca, Buck, um cão nascido numa grande e tranquila quinta no sul da Califórnia, é levado para o gelado e perigoso Norte. O protagonista canino vê-se encurralado num mundo de maus tratos e riscos constantes, e é através do seu ponto de vista que surge um retrato histórico e humano deste período conturbado do final do século XIX.
      Um romance marcado pela dor da perda, mas também pela coragem, redenção e lealdade, onde Jack London apresenta uma inspiradora defesa dos direitos e da dignidade dos animais.

Novidade Clube do Autor

Conjura ou os Mistérios do Reinado de D. João II

de Cristina Vale
Ao exaustivo trabalho de pesquisa e documentação, Cristina Vale adicionou toda a sua mestria de contadora de histórias. Conjura é o resultado de vários anos de investigação e de escrita que convidam o leitor a recuar vários séculos na nossa História e a entrar na corte de D. João II.
      Revelando a cada capítulo uma profunda preocupação com os factos históricos e com o rigor da narrativa, o primeiro romance de Cristina Vale distingue-se sobretudo pela riqueza de pormenores e ambientes sabiamente recriados.
      Ao mesmo tempo que interferem nas decisões políticas de D. João II, privam de perto com D. Leonor de Lencastre ou acompanham as conspirações reais, os leitores passeiam pelas ruas da Lisboa de então, sentam-se à mesa com os personagens do livro, sentem os cheiros, ouvem os sons.
      Conjura vai além da História e faz o leitor viajar no tempo e no espaço. É um romance que narra uma época gloriosa para Portugal mas também por isso dominada pela ambição e pelo medo, onde a conjura está sempre à espreita.


Novidade Presença

UMA COLUNA DE FOGO
de Ken Follett
Natal de 1558. O jovem Ned Willard regressa a Kingsbridge, e descobre que o seu mundo mudou.
      As velhas pedras da catedral de Kingsbridge contemplam uma cidade dividida pelo ódio de cariz religioso. A Europa vive tempos tumultuosos, em que os princípios fundamentais colidem de forma sangrenta com a amizade, a lealdade e o amor. Ned em breve dá consigo do lado oposto ao da rapariga com quem deseja casar, Margery Fitzgerald.
      Isabel Tudor sobe ao trono, e toda a Europa se vira contra a Inglaterra. A jovem rainha, perspicaz e determinada, cria desde logo o primeiro serviço secreto do reino, cuja missão é avisá-la de imediato de qualquer tentativa quer de conspiração para a assassinar, quer de revoltas e planos de invasão.
      Isabel sabe que a encantadora e voluntariosa Maria, rainha da Escócia, aguarda pela sua oportunidade em Paris. Maria foi proclamada herdeira legítima do trono de Inglaterra, e os seus apoiantes conspiram para se livrarem de Isabel.
      Tendo como pano de fundo este período turbulento, o amor entre Ned e Margery parece condenado, à medida que o extremismo ateia a violência através da Europa. Enquanto Isabel se esforça por se manter no trono e fazer prevalecer os seus princípios, protegida por um pequeno mas dedicado grupo de hábeis espiões e de corajosos agentes secretos, vai-se tornando claro que os verdadeiros inimigos - então como hoje - não são as religiões rivais. A batalha propriamente dita trava-se entre aqueles que defendem a tolerância e a concórdia e os tiranos que querem impor as suas ideias a todos, a qualquer custo.

A saga que encantou os milhares de leitores de Os Pilares da Terra e Um Mundo Sem Fim continua agora com Uma Coluna de Fogo.

Para mais informações sobre este livro, consulte o site da Editorial Presença aqui.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A Escolha do Jorge: "Quinzinzinzili"


"Se a razão é o auge da loucura, hoje quero ser eminentemente racional." (p. 15)

“Quinzinzinzili” do francês Régis Messac (1893-1945) é a mais recente proposta da Antígona que, à semelhança de outras obras do seu catálogo, apresenta pela primeira vez em língua portuguesa uma distopia para se juntar a “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley, “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro” de George Orwell ou “Kallocaína” de Karin Boye.
      Publicado em 1935, “Quinzinzinzili” apresenta-nos um planeta numa era pós-apocalíptica, atendendo à visão do autor naquilo que percebia ser a conjugação das várias forças políticas e a tendência do Mundo à época. A guerra seria algo inevitável e percebem-se as manobras políticas no início da obra. Os donos do poder, os loucos que nada perdem em levar o mundo à sua destruição, mas que também nada ganham, no fundo. As alianças, as influências, os jogos de bastidores, a guerra que teve lugar, afinal de contas. Mas Régis Messac foi mais longe! Na sua (ante)visão, o autor, em tom bastante cómico e irónico, vai simplificar a vida a toda a gente, aos ditadores, aos políticos em geral e aos habitantes do planeta. A solução será mesmo aniquilar de vez com o planeta
graças à criação de um “gás hilariante” que destruirá por completo a humanidade e de preferência que a humanidade morra a rir. Assim aconteceu nesta narrativa. Salvaram-se umas dez pessoas, um tutor e os adolescentes que faziam uma visita de estudo algures por cavernas esconsas.
      A partir daqui assistimos ao ressurgimento da humanidade que se ergue a partir dos escombros, das sobras, das memórias daquilo que se chamava outrora civilização.
      Através de descrições que variam entre a comédia, o caricato, o absurdo e até o surreal, o narrador (o tutor) vai-nos dando conta das transformações linguísticas que têm lugar, os ajustamentos que são feitos a partir da nova realidade. Como será a humanidade no futuro? Estes jovens sobreviventes que são apontados pelo tutor como perfeitos idiotas, ignorantes e tudo o mais que não abona a seu respeito, questiona o tutor várias vezes se não teria sido preferível não ter sobrevivido ninguém ao “gás hilariante” porque, tendo em consideração os valores por que estes jovens se passam a reger, é lícito questionar como serão as gerações vindouras. Mais, em tom deveras cómico, será interessante perceber que estes sobreviventes serão olhados como os pré-históricos de toda uma civilização que agora se ergue das sombras ou escombros da anterior.
      Para além da linguagem, os jogos das palavras, o simbolismo, numa era pós-apocalíptica, há que prover aspectos essenciais à manutenção de toda uma geração, tais como, o alojamento, os mantimentos e a reprodução. Num contexto de sobrevivência, não deixa de ser interessante que a conjugação destas necessidades básicas, primárias e que remontam ao homem pré-histórico, articulam-se igualmente com a afirmação de certos indivíduos que acabam por se transformar em líderes do grupo. Um líder é necessário porque vai querer sobreviver não importando os seus actos no que concerne à luta pelos alimentos e pelo acasalamento ainda que sem uma perspectiva ou noção de família e reprodução em si mesmas. Os actos de sobrevivência são muito anteriores à moral e à ética. As inimizades geradas pelas questões de sobrevivência falam sempre mais alto e em primeiro lugar, acontecendo com naturalidade porque é algo inerente ao ser humano.
      Ousado, divertido, polémico e complexo, “Quinzinzinzili” apresenta-se como uma lufada de ar fresco no contexto das edições deste ano na medida em que leva o leitor a questionar a sociedade contemporânea e o mundo em que vive. Podemos até substituir os nomes que surgem no início da obra, anteriores ao “gás hilariante” e também, nós, podemos dar uma valente gargalhada se substituirmos esses nomes pelos nomes dos actuais líderes políticos a nível mundial, tentando assim compreender para onde caminhamos neste momento. Uma nova guerra ou uma ameaça apocalíptica, está tudo em aberto. O certo é que vivemos numa permanente “guerra fria” que ora esfria, ora torna-se mais acesa e intensa. Sejam quais forem os jogos e maquinações políticas, olhamos para trás e compreendemos que as democracias ocidentais promovem e legitimam elas próprias os seus loucos governantes que arrastam atrás de si toda a humanidade.
      Seja qual for o caminho que a humanidade esteja a trilhar, é sempre esse o destino que a mesma constrói, arrastando tudo e todos para um precipício maior ou menor, de construção ou de destruição. “Quinzinzinzili” é isso mesmo, é o questionar continuamente o destino da humanidade.

Excertos:
"Mas estou enganado. Completamente enganado. Morri, e as minhas ideias, os meus gostos, o meu ideal estético também morreram. Limito-me a sobreviver a mim próprio, a sobreviver a tudo o que eu era. Sou um sobrevivente das épocas pré-históricas, literalmente um fóssil vivo." (p. 107)
"Eu também sou uma personalidade importante. Num Estado que conta, por acaso, com sete habitantes no total. Mas que é tão vasto como o planeta inteiro.
Um Estado que não é melhor do que os outros. Mas que também não é pior, no fundo. A estupidez humana nunca muda. Não foi a extrema estupidez das personalidades importantes do antigo mundo que provocou a catástrofe responsável pelo novo mundo?
Em suma, o meu título de Guardião do Isqueiro vale tanto como qualquer outro.
(…)
Quando penso no futuro, vejo um novo calvário colectivo, uma nova ascensão penosa e dolorosa em direcção a um paraíso ilusório, uma longa série de crimes, de horrores e de sofrimentos.” (pp. 136-137, 157)

Texto elaborado por Jorge Navarro

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Para os mais pequeninos: "Mog e o Bebé"

Um livro muito apelativo este, com desenhos bem simpáticos e coloridos, destacados pelo fundo branco das páginas que os faz realçar.

Com uma história simples própria para crianças pequenas, onde o movimento é criado pelos desenhos, o gato Mog é o principal protagonista. 

A imaginaçāo da criança é estimulada. Uma história para ser contada, umas páginas para serem folheadas com prazer. Por quem a lê. Por quem a ouve.





Cris