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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

"Fome" de Knut Hamsun

Foi-me emprestado este livro. Opiniões já tinha lido e ouvido, muitas e boas. Todas. Até li em romances referências a esta obra e a este autor, Nobel da literatura em 1920. Que dizer de forma a expressar o que esta leitura avassaladora produziu em mim?

Começar por contar-vos a história não posso. Primeiro porque nunca o faço, depois porque me perguntei durante esta leitura, vezes sem conta, qual a história que estava por detrás deste livro... Quando o meu filho mais novo me perguntou o que estava a ler (intrigado com o título) e perante a minha resposta me questionou: "Só isso?", soube verdadeiramente que seria muito dificil para mim traduzir o que acabara de ler!

Mas adiante. Basicamente o livro conta-nos um pouco de alguns momentos por que passa um jovem escritor quando se vê, desesperado, em busca de algum trabalho que lhe lhe possa colmatar a fome, o frio que está a sentir, cada dia que surge no seu caminho.  Só? Perguntam vocês...

E é aí que entra a escrita de Hamsun. Potente mas nada complicada. Introspectiva e explosiva. Reduzido ao que há de mais simples, um edredon e pouco mais, o personagem varia estados de lucidez e loucura, de soberba e orgulho com a profunda humilhação de quem nada tem a perder. E a fome, sempre presente, sempre avassaladora. E sempre presente, também, uma procura de se encontrar, uma tentativa de "agir correctamente" intercalada com momentos loucos (alguns chegam a ser hilariantes, não fora a fome algo de muito grave).

Momentos houve que me apeteceu chamar-lhe nomes, gritar-lhe para não ser estúpido. Ao personagem, não ao autor, claro! A este chamo-lhe génio. Uma obra escrita em 1890. Poderia ter sido ontem...

Nota: Só li no final o prefácio de Paul Auster. Começei a ler mas deixei para o fim. Fiz bem!

Terminado em 4 de Janeiro de 2014

Estrelas: 6*

Sinopse

A acção de «Fome», um romance marcante e considerado um clássico da literatura mundial, decorre nos finais do século xix. O narrador, um jovem escritor, um homem solitário, deambula pelas ruas de Kristiania (actual Oslo) numa miséria extrema, enregelado pelo frio e tolhido pela fome. Essa miséria em que vive, provoca-lhe momentos de delírio e violentas variações de humor. Mas cedo nos apercebemos de que a "fome" desse sonhador não é apenas física. Há a procura de uma identidade e de um reconhecimento dentro das suas próprias alucinações.

2 comentários:

  1. Fome, de Knut Hamsun é um livro fabuloso que me encantou pela crueza, pela estultícia da personagem, pela narração dos efeitos da fome num indivíduo. Um livro particularmente bem escrito e que deixa marca.

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