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terça-feira, 30 de julho de 2013

A Convidada Escolhe... "Nação Crioula"

Este romance do escritor angolano José Agualusa conta-nos uma história através da correspondência trocada entre Fradique Mendes, sua madrinha Madame de Jouarre, Ana Olímpia e Eça de Queirós.

O facto de os destinatários das cartas de Fradique, remetidas de Angola, de Paris, de Lisboa ou do Brasil, serem diferentes pessoas correspondendo a interesses específicos na vida de Fradique Mendes, dá-lhes um carácter diverso mas ajuda-nos a compor a personalidade, quer do remetente quer do/a destinatário/a. A troca de cartas é o meio utilizado pelo autor para introduzir não só o retrato das diferenças culturais de Portugal, de Paris, de Angola e do Brasil dos finais do século XIX, mas para colocar em confronto questões candentes como são a luta contra a escravatura, o estertor dos senhores do engenho e dos donos de escravos e as contradições de Portugal enquanto país colonizador. Na última carta que Fradique escreve a Eça ele explica o motivo da sua recusa em escrever um artigo para uma revista sobre «A situação actual de Portugal em África».

A última de todas as cartas escrita por Ana Olímpia a Eça de Queirós, já depois da morte de Fradique Mendes, é uma longa carta em que se nos revelam pormenores na relação entre ela e Fradique. Ana Olímpia, que primeiro recusara que Eça publicasse em livro a correspondência trocada entre Fradique e Eça, pois achava que isso era uma profanação ao marido, acabou com os anos que entretanto passaram, por decidir enviar-lhe estas cartas, como um tributo, uma homenagem não só ao homem que amou, mas também a uma figura singular e avançada para a época. “Fradique não nos pertence, a nós que o amámos, da mesma forma que o céu não pertence às aves. As suas cartas podem ser lidas como os capítulos de um inesgotável romance, ou de vários romances, e, nessa perspectiva, são pertença da humanidade.”

“Nação Crioula” título do livro é também o nome do último navio negreiro a fazer a ligação entre Angola e o Brasil e onde seguiram Fradique Mendes e a sua amada Ana Olímpia, ex-escrava, mais tarde mulher de Victorino Vaz de Caminha, finalmente mulher de Fradique Mendes e uma das pessoas mais ricas e poderosas de Angola.

Almerinda Bento

segunda-feira, 29 de julho de 2013

"Esteja Eu Onde Estiver" de Romana Petri

Edição/reimpressão: 2011
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722523578

Ao saber que a Roda dos Livros, um grupo de leitura a que faço orgulhosamente parte, se ia encontrar com Romana Petri fui buscar este livro à estante. Tinha-o comprado porque ouvira falar bem dele mas ficara na prateleira, como tantos outros, à espera de ser lido.

É o primeiro livro que leio desta autora mas espero que não seja o último. Romana Petri tem já nove livros publicados cá e fiquei muito curiosa com alguns deles, sobretudo "A Senhora dos Açores" e "Regresso à Ilha". Saber que os personagens foram baseados em pessoas reais que a escritora conheceu, que os nomes e os lugares pertencem realmente "ao mundo dos vivos" despertou o meu interesse.

Gostei deste livro. Apaixonei-me lentamente pelos personagens e pela história (pelas histórias, melhor dizendo), história que percorre um período longo de Portugal, começando nos anos 40 até quase aos nossos dias.

 Vários apontamentos históricos estão intrinsecamente ligados às personagens, conferindo-lhes um realismo que incomoda muitas vezes, que traduz na perfeição as mentalidades vividas num meio fechado e controlado por um ditador. Os ecos da revolução fazem-se sentir, as mudanças espelham-se também nas personagens e nas suas vidas. Algumas são divertidas de tão caricatas que são. Quem não conheceu alguém como Belmiro Miraflor?

Uma saga familiar que prende e que, depois das últimas páginas, deixa saudades. As personagens mais fortes, nem sempre as melhores, são as mulheres. São retratadas tal qual a vida as fez: fortes, lutadoras mas também, mesquinhas e vingativas. Mas são, sobretudo, mães. O amor que sentem é transmitido aos filhos. São um porto seguro. Esteja elas onde estiverem!

Um título que adquire todo o sentido aquando da leitura. Uma capa perfeita. Como deve ser!

Uma leitura sólida, consistente, que recomendo. Para saborear muito depois de ter terminado.

Terminado em 28 de Julho de 2013

Estrelas: 5*+

Sinopse

Ofélia, Margarida e Maria do Céu são as três mulheres de uma emocionante saga familiar que tem início nos anos quarenta e termina nós nossos dias. Situada numa Lisboa de beleza mágica, mas oprimida por uma ditadura que parece interminável, os seus trágicos destinos entrecruzam-se para sempre. Manuel, Carlos e Tiago são os homens que, passadas as suas falsas esperanças, as empurram para o sofrimento e o sacrifício. Onde quer que eu esteja é, acima de tudo, a história de uma maternidade sem limites, a frase que uma mãe profere antes de morrer aos filhos que não quer abandonar. Fresco de um Portugal fechado, dolente e trágico, do longo caminho percorrido pelo povo que, depois de forçado ao silêncio, encontrará a coragem de ser moderno escolhendo a liberdade.

domingo, 28 de julho de 2013

Ao domingo com... Ana Cadima


Começo por dizer que sou a autora do livro para crianças “Alma de Mar”. Ainda me estou a habituar a esta ideia de ser autora. Esta é a primeira obra que edito. Um sonho de há muitos anos, que agora se materializa. Ganha forma, cheiro e até uma brisa salgada. Escrever um livro, ser uma aprendiz de escritora, ser uma enamorada pelas palavras e escrevê-las o melhor que sei. Brincar e divertir-me com as palavras. Juntá-las num livro. Neste livro.

O mar e a natureza em geral sempre me inspiraram, tal como as lendas e fábulas, e claro os mais pequeninos, o que dizem, o que imaginam. Daí este livro ser para eles, os mais pequeninos, e a ideia para a estória ter surgido após uma caminhada na praia.

Esta é, por isso, uma estória para as crianças. Mas também para adultos. Uns para que não deixem de fantasiar, de acreditar no sonho e na magia, os outros para que voltem a acreditar no sonho, na fantasia, na sua criatividade e que façam por realizar os seus sonhos. A uns e a outros, o importante é que não deixem de sonhar, porque a vida é muito triste e cinzenta quando deixamos de o fazer.


Quando lemos um livro o nosso pensamento voa. Abstraímo-nos do tempo e do espaço. O nosso pensamento e o nosso espírito estão noutro lugar, a viver outras vidas. Somos reis, meninos, cavaleiros, ou até golfinhos.

Para mim este é o propósito de um livro, levar-nos para outras paragens, fazer com que nos alheemos da realidade, fazer-nos pensar e também aprender. Aprende-se sempre com um livro.

Hoje em dia existe, no entanto, uma tendência exagerada para que os livros infantis cumpram essencialmente um desígnio didático, menos lúdico. A estória tem de ter uma mensagem de aprendizagem, tem de ensinar algo. Então e o prazer de ler só por ler? Ou de ler para sermos transportados para um mundo de magia, de fábula, para apenas sonharmos com mundos diferentes do nosso? Esta é uma dimensão tão, ou mais importante, do que aprender matemática ou as regras gramaticais. Aprendemos a sentir e a pensar fora do convencional, do que está instituído.

É para este mundo de magia, de sonho, de irrealidade, que espero que as crianças (e também os adultos) sejam transportadas quando lerem esta “Alma de Mar”. Porque há coisas que não se explicam, sentem-se simplesmente. Leia este livro com todos os sentidos e acredite na fantasia!

Ana Cadima

sábado, 27 de julho de 2013

Na minha caixa de correio

  


Um Livro Numa Frase



"Não sou daquelas que se viram continuamente para trás,agrada-me mais a emoção que se vive nas coisas que se esperam. Amanhã, amanhã, percebes? Sempre amanhã."

In "Esteja eu onde estiver" de Romana Petri, pág. 311
Frase escolhida por: Cris

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Novidades Esfera dos Livros


Sessões de autógrafos da Esfera dos Livros


Em 26 de julho

18h00 – Sessão de autógrafos com Sara Rodi autora de D. Estefânia. Um trágico amor e D. Teresa de Tavira. Amante do rei. Continente do Oeiras Parque

18h30 - Sessão de autógrafos com João Fernando Ramos autor de D. João I.  O Pai da Ínclita Geração. Continente do Norte ShoppingMatosinhos

19h00 - Sessão de autógrafos com Ágata Roquette autora de A Dieta dos 31 Dias e de As Regras de Ouro da Nutricionista Ágata Roquette. Continente Portimão

21h30 - Sessão de autógrafos com Isabel Stilwell autora de Filipa de Lencastre, Catarina de Bragança, D. Amélia e D. Maria II. Feira do Livro de Sesimbra

quinta-feira, 25 de julho de 2013

"Uma Mulher em Berlim" de Autor Anónimo.

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 304
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892323121


Ainda estou um pouco zonza com esta leitura! Tanta coisa para dizer, ainda mais para reflectir...

Não posso deixar de ficar admirada pela publicidade (pouca!) que este livro teve. Ou pelo menos, de como ela me passou completamente ao lado. Ao ler a sinopse pensei logo que esta obra seria "a minha praia" mas não estava de todo preparada para tudo aquilo que li. Forte. Intenso. Duro. Ainda assim com uma ponta de esperança.

Um relato verídico, de uma crueza estonteante, feito por uma mulher que quis permanecer anónima. Porque o que é importante não é saber quem viveu tudo o que no livro é relatado mas sentir o que a guerra provoca no ser humano. A fome, o medo, a angústia do desconhecido leva a que todos os nossos valores sejam repensados, analisados sobre um outro prisma! Atitudes tomadas que só quem nunca esteve numa situação semelhante se atreve a julgar.

Um diário feito por uma alemã, já no fim da guerra, quando a Alemanha finalmente foi subjugada e se rendeu. De 20 de Abril a 22 de Junho de 1945, em Berlim. A cidade é invadida pelos Russos. Saques, pilhagens, violações. FOME! Pessoas que se juntam numa cave do prédio onde habitam para não serem apanhadas pelos bombardeamentos e pelas violações. Porque se as primeiras caem do céu, as segundas espreitam nas escadas sem luz, nas casas arrombadas.

Consegue fazer uma análise bastante isenta dos seus sentimentos e dos daqueles que a rodeiam. A fome, o medo, as violações, a morte, a união dos vizinhos, tudo impele o ser humano para actos que, em clima normal, abominariam e condenariam. Uma coisa que pensamos ser imprópria, torna-se, de repente, na coisa mais natural face ao clima de terror em que se vive e face à massificação dos acontecimentos. Estou a lembrar-me, por exemplo, de como a autora procura a protecção de um oficial russo oferecendo-se sexualmente, evitando futuras e mais violações e em troca de alguma comida. Comida que distribui com a "sua família emprestada", uma viúva, sua vizinha e seu hóspede doente.

Actos que na sociedade actual seriam severamente castigados e do qual as vítimas sentiriam algum pudor em falar - as violações - são expurgados colectivamente. "Quantas vezes foste violada?" - esta frase repete-se quando as mulheres se encontram. Mulheres que não se conhecem mas que partilham a mesma situação.

Mas esta mulher não desiste! E para preservar a sua sanidade pega num caderno, numas folhas e escreve, escreve durante dois meses sobre o que vê e o que sente. E ao escrever liberta toda a sua dor e reafirma perante si mesma, a sua vontade de viver. Impressionante!

Um livro que tem de ser lido. Nota máxima!

Terminado em 22 de Julho de 2013

Estrelas: 6*
Sinopse

Com início a 20 de Abril de 1945, o dia em que Berlim viu pela primeira vez a face da guerra, a autora deste diário descreve o quotidiano de uma cidade em ruínas, saqueada pelo exército russo. Durante dois meses, afasta a angústia e as privações sofridas, e concentra-se no relato objectivo e racional das suas experiências, observações e reflexões. Apesar dos constantes bombardeamentos, de actos de violação, do racionamento alimentar e do profundo terror da morte, este diário traça-nos uma perspectiva única de uma mulher dotada de um optimismo notável, que não se deixa abater pelas agruras sofridas. Quem ler este diário, jamais o esquecerá.

terça-feira, 23 de julho de 2013

A Convidada Escolhe..." Mafalda, a Perspicaz"

Como é que me foi passar isto? Bolas! (cris)
 

A revista Sábado distribuiu gratuitamente este ano a colecção de livros da célebre Mafalda em colaboração com a ASA. “A paz segundo Mafalda”, “Os pais a contas com Mafalda”, “A política segundo Mafalda” e “As crises segundo Mafalda” são os títulos que compõem esta fabulosa colecção.
 

50 anos passados sobre o início da publicação das tiras que nos deram a conhecer esta personagem ímpar é espantoso verificar o quão actuais se mantêm muitas das suas acutilantes críticas e observações.
 

O constante questionamento sobre os diversos conflitos armados e a paz no mundo, a política e os políticos, a crise e a inflação, são temas de uma actualidade que me deixa sempre sem palavras. E, claro, a visão dos pais e do seu papel na família e na sociedade, bem como as personagens que acompanham Mafalda ao longo destas tiras humorística, os impagáveis Filipe, Manelinho, Susaninha, Miguelito e Gui.
 

Agora e sempre… a não perder! De uma actualidade e perspicácia únicas com um apurado sento de humor, uma criatividade sem par e uma beleza de traço fantástica.
 

Uma brilhante homenagem por estes 50 anos!
 

Recomendadíssimo para umas horas de gargalhadas, sorrisos e cabeça a trabalhar!
 

Fernanda Palmeira
  



 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Uma Espia no Meu Passado" de Lucinda Riley

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 496
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892323619

Há livros em que não sentimos as páginas a passar pelos nossos olhos mesmo que tenham mais de quinhentas, outros há que demoram, demoram e parece que nunca mais acabam mesmo que só tenham cento e tal...

Este voou! A acção decorre em dois espaços temporais diferentes. Um em 1943, em plena Segunda Guerra e o outro em 1998, volvidos que eram cinquenta anos. Em Londres e a Côte d'Azur. Duas famílias aristocratas unidas pelas circunstâncias que a guerra provocou.

A história tem todos os ingredientes para prender a nossa atenção! Possui mistério, amor, recordações e actos de coragem, intriga...  Tudo em doses q.b.

As personagens femininas têm o seu destaque aqui nestas páginas. Separadas pelo tempo, Émilie e Constance são mulheres determinadas e fortes, que aprendem com os seus erros, amando e reaprendendo a amar, mulheres cheias de garra que conseguem ultrapassar os seus medos e lutam corajosamente por aquilo que acreditam. Separadas por meio século, unidas pelo seu carácter.

Gostei particularmente das descrições na época da Segunda Guerra porque se consegue visualizar e perceber, com as descrições simples mas reais, o clima que se vivia então. Os actos praticados pela resistência francesa inquietam-nos, conseguindo sentir o medo e, ao mesmo tempo, a coragem de todos os heróis desconhecidos que sofreram nas mãos dos nazis.

Um romance agradável, com um discurso simples mas de bom gosto, que recomendo!

Terminado em 18 de Julho de 2013

Estrelas: 5*

Sinopse

Côte d’Azur, 1998. Émilie lutou sempre contra o seu passado aristocrático. Agora, com a morte da mãe, é obrigada a confrontá-lo pois é a única herdeira do imponente castelo da família. Mas com a casa vem uma pesada dívida e muitas interrogações: qual era a finalidade do quarto secreto que descobre por baixo da adega? Quem é a misteriosa Sophia, que assina um comovente caderno de poemas? Quem foram os protagonistas da trágica paixão que mudou o curso da história da família?
Londres, 1943. Em plena Segunda Guerra Mundial, a inexperiente Constance Carruthers é recrutada pelos serviços de espionagem britânicos e enviada para Paris. Um incidente separa-a do seu contacto na Resistência Francesa, obrigando-a a refugiar-se junto de uma família aristocrata que entretém membros da elite de Hitler ao mesmo tempo que conspira para libertar o país. Numa cidade repleta de espiões e no auge da ocupação nazi, Constance vai ter de decidir a quem confiar o seu coração.
Constance e Émilie estão separadas por meio século mas unidas por laços que resistiram à força demolidora do tempo. Os segredos que o passado encerra pulsam ainda em busca de redenção.

domingo, 21 de julho de 2013

Ao Domingo com... Catarina Ferreira


Chamo-me Catarina Ferreira, tenho 22 anos e sou de Vila Nova de Gaia.
Ao longo da minha adolescência, escrever era uma necessidade. Quando escrevia somente para mim, nunca para ninguém ver. Algo íntimo, e quando escrevia no meu diário sentia-me livre. Acontecia o mesmo quando lia um livro.
Tenho o hábito de dividir a minha vida por fases, e numa delas, escrever e ler simplesmente não se enquadravam. O que, claro, não foi uma das melhores jornadas da minha vida. Por vezes sentia-me vazia.
Mas tudo mudou quando me impeliram para ler o “Crepúsculo” de Stephenie Meyer. Fui assaltada por uma mistura de emoções. Sempre que mudava de capítulo perguntava-me porquê é que eu parei de ler? A paixão pela leitura refloresceu e fui inspirada por autoras como Madeline Hunter, Sherrilyn Kenyon, Lauren Conrad, Kami Garcia e Margareth Stohl, L.J. Smith e Alyson Nöel.
Quando leio um livro perco-me no turbilhão de emoções que sinto e gostaria de poder provocar o mesmo em alguém. Fazer sorrir, chorar, surpreender com o poder das palavras. Mas escrever um livro? Isso nunca me passou pela cabeça.
Até que numa noite, estava no computador a refletir sobre a minha vida. Comecei a escrever sobre uma rapariga de 19 anos que fez escolhas erradas e perdeu-se no seu caminho. Sem objetivos e sonhos, mudou o seu rumo de vida. É através da amizade e amor que volta a
acreditar em si e aventura-se a viver novamente. É um romance que faz viajar até ao tempo dos primeiros passos como jovem adulto. As grandes decisões que decidem o rumo da nossa vida.
Posso dizer que aconteceu, nada foi forçado nem tive bloqueios. Como se tivesse sido atingida por um relâmpago.
Precisava de uma opinião e pedi à minha cunhada para o ler, sem saber que era eu pois não queria que dissesse aquilo que eu queria ouvir. Quando lhe contei, foi ela que me fez acreditar que, afinal, os sonhos podem realizar-se e encorajou-me a enviá-lo para editoras. Foi o que eu fiz. Enviei para duas editoras e ambas aceitaram. A minha felicidade durou 5 segundos, pois o orçamento era elevado, para mim neste momento, e tive de recusar.
Estranho, não é? Desejar que seja aceite e quando finalmente acontece sou eu a recusar.
Sem deitar a toalha para o chão, decidi procurar uma alternativa. Encontrei um artigo sobre auto publicação e decidi arriscar. Não importava em que formato iria ser publicado, só queria que a história de Samanta fosse lida.
Quando alguém lê a minha história e diz que se identifica com alguma das personagens sinto que a minha missão foi cumprida. Dediquei este livro a todos os que sofreram uma grande desilusão na vida, pois nem sempre o que desejamos ocorre da forma que nós queremos. E eu que o diga.
Felizmente não antevejo o meu futuro, mas estou de dedos cruzados para que esta aventura termine com um final feliz.

Obrigada pela oportunidade de me deixares ser ouvida, Cristina.

http://cat-ferreira.blogspot.com

Catarina Ferreira

Um livro numa frase



"Pela primeira vez compreendi a frase "o trovejar dos canhões", que até agora, para mim, se assemelhava a expressões como "coragem de lobo" ou "alma de herói". A palavra "trovejar" é mesmo adequada."

In "Uma Mulher em Berlim", de autor anónimo, pág. 30

sábado, 20 de julho de 2013

Na minha caixa de correio

  
  
 
 


Esta semana foi assim:

Três livros emprestados por amigas: Ainda Alice, Madrugada Suja, Se pudesse Voltar Atrás.

Dois livros comprados na Bertand com 40 e 20% no cartão: Filha da Fortuna e A Rapariga de Papel.

Um livro emprestado do Segredo dos Livros: O Impostor.

Um livro dos passatempos do JN: As Luzes nas Casas dos Outros.

O meu obrigada às Editoras Suma de Letras, Alfaguara, Asa, Civilização,  Presença pelas ofertas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Novidade Presença

Livre - Uma História de Autodescoberta, Sobrevivência e Coragem

de Cheryl Strayed
Aos 26 anos, Cheryl Strayed tinha perdido tudo - o casamento, a família, a estabilidade profissional -, e a sua existência aproximava-se perigosamente do ponto de não-retorno. Sem nada a perder, Cheryl decidiu embrenhar-se sozinha na natureza selvagem, percorrendo a pé, durante três meses, mil e setecentos quilómetros do Pacific Crest Trail, desde o deserto de Mojave, ao longo da Califórnia e do Oregon, até ao estado de Washington. Numa fusão única entre livro de memórias e narrativa de aventuras, esta obra inspiradora é um testemunho vivo da capacidade do espírito humano para superar as crises mais agudas e reinventar um sentido para a vida. 

Para mais informações sobre este livro, consulte a Editorial Presença aqui!

Novidade Esfera dos Livros

O Meu Cão e Eu  
de Alexandra Santos
«Tive a minha primeira cadela, a Peggy, aos 6 anos de idade. Ia para a escola, como as outras crianças, mas só me sentia verdadeiramente feliz em casa com ela. Nos intervalos das aulas enfiava-me num canto a chorar com saudades. Parecia que a minha felicidade começava e acabava nela. Pudera! Enquanto as outras crianças me chamavam “orelhas de elefante”, o que me feria ao ponto de não conseguir conter as lágrimas, a Peggy fazia-me sentir como se fosse perfeita. Conforme fui crescendo, fui-me apercebendo de comportamentos quase humanos vindos de um animal irracional. Comportamento de total aceitação, capacidade de entrega e confiança, ausência de julgamento e preconceito, bravura, imensa capacidade para perdoar, e uma enorme sensibilidade e intuição...», in Introdução.


É o melhor amigo do homem. Um fiel companheiro de alegrias, diversão e, por vezes até, um apoio para alguns momentos de tristeza. Único e especial, assim é o meu cão. No entanto, na hora de escolher o companheiro que queremos, ou quando chegamos a casa e as coisas não correm como tínhamos imaginado, surgem sempre algumas dúvidas: Que raça devo escolher tendo em conta que vivo num apartamento pequeno e tenho dois filhos? Onde devo comprar o meu cachorro? Pela internet ou num criador certificado? A minha cadela labrador é um doce mas não acata as minhas ordens. Estou desesperada. Como devo ensiná-la a sentar? É normal o meu cocker roer os meus sapatos e destruir os brinquedos dos meus filhos? Devo alimentar o meu cão com ração ou com comida caseira? Tenho um beagle e não consigo ir passeá-lo à rua todos os dias, o exercício físico diário é realmente importante? Alexandra Santos, consultora de comportamento canino e treinadora de cães, acredita que com educação e treino adequados é possível criar um cão obediente e fiel. Num livro amplamente ilustrado, esta especialista, com vários anos de experiência, dá-lhe conselhos práticos sobre que raça escolher, quais os cuidados veterinários que deve ter em atenção, como entender a forma de comunicar do seu cão, as melhores técnicas de aprendizagem e obediência, o que deve ter em consideração quando adota um cão, cuidados a ter com o cão idoso, e muitos outros temas que o ajudarão a tornar a sua relação com o seu animar de estimação, numa relação mútua de amizade baseada na confiança, respeito e dedicação

Um guia indispensável para criar uma relação sólida e feliz com o seu cão.

Novidade Arena

O livro das mulheres perigosas
de Clare Conville, Liz Hoggard e Sarah-Jane Lovett
O livro das mulheres perigosas apresenta a arte de ser uma mulher fantástica no século XXI. O livro para as mulheres que se atrevem a viver melhor.
Destemido, provocador e ousado, pautado pelos sábios e eternos conselhos da filosofia e da poesia, O Livro das Mulheres Perigosas inspira-se na experiência de três mulheres perigosamente experientes para dar conselhos práticos mas divertidos que ensinam a requintada arte de viver no século XXI.
Com mais de 600 entradas sobre temas de interesse para todas as mulheres - «Amantes», «Almas Gémeas», «Poder de Atracção», «Terapia familiar», «Vestidos», «Sono», «Solteiros» e «Viajar» - este livro é o companheiro de mesa-de-cabeceira perfeito para a mulher moderna.
Mães, irmãs, filhas e amigas fazem constantemente a si mesmas, e umas às outras, perguntas sobre o que é ser uma mulher moderna. O Livro das Mulheres Perigosas tem essas respostas.

Novidade Suma de Letras

Hotelle – Quarto 1
de Emma Mars
Hotelle - Quarto 1 conta a história de Anabelle, uma jornalista recém-licenciada, trabalha esporadicamente como acompanhante de luxo, para ganhar algum dinheiro. O local escolhido para essas noites é o Hotel dos Encantos, onde cada quarto é dedicado a uma famosa cortesã. O cenário perfeito para a sedução. Numa dessas noites, conhece o atraente David Barlet, um magnata da comunicação. Apaixonam-se de imediato e ficam noivos, marcando a data do casamento para um mês depois. Mas quem será o enigmático homem que lhe envia mensagens eróticas, a atrai até ao hotel e a guia na descoberta da sua sexualidade através de mandamentos eróticos e sessões de exploração do corpo e dos sentidos? É possível que se tenha deixado seduzir pelo irmão do seu noivo e que esteja agora prisioneira de um arriscado jogo sexual? Acompanhe Elle na descoberta das suas fantasias pela mão de um homem misterioso e altamente sedutor. 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Maldito seja o Rio do Tempo" de Per Petterson

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 240
Editor: Dom Quixote
ISBN: 9789722052429

Tenho deste autor "Os Cavalos Roubados" mas ainda não o li. Por essa razão não consigo comparar a escrita deste autor e a sua evolução.

"Maldito seja o Rio do Tempo" não é uma leitura fácil nem tão pouco para todos os dias. Foi-me necessária alguma concentração porque o narrador, o personagem principal, atropela um pouco os seus pensamentos, deambulando pelo passado e pelo presente sem especificar concretamente, nalgumas situações, com quem partilha as suas acções. Este atropelo traduz de uma forma admirável como se encontra a sua vida. Uma perfeita confusão! Numa fase de divórcio, Arvid tem conhecimento que sua mãe tem uma doença terminal... E se por um lado tenta recuperar a sua relação com ela, pautada por alguma indiferença, por outro, refugia-se na bebida, trazendo-lhe esta alguns incómodos.

Sendo sincera não posso dizer que foi uma leitura que me prendeu de uma forma extraordinária. Esperava algo diferente. No entanto, esta história captou a minha atenção, sobretudo porque o passado e o presente confluem constantemente no discurso do narrador e as histórias vão-nos sendo transmitidas em catadupa, traduzindo bem o seu estado de espírito. Algumas frases longas, plenas de acções, são exemplo disso.

Fiquei curiosa com esta escrita tão peculiar e lerei em breve o primeiro livro deste autor nórdico, "Cavalos Roubados".

Terminado em 14 de Julho de 2013.

Estrelas: 4*

Sinopse

Estamos em 1989 e, por toda a Europa, o comunismo está em colapso. Arvid Jansen, de 37 anos, encontra-se à beira de um divórcio. Ao mesmo tempo, à sua mãe é diagnosticado um cancro. Durante alguns dias intensos, no outono, seguimos Arvid enquanto ele se esforça por encontrar uma nova base para a sua vida, ao mesmo tempo em que os padrões estabelecidos à sua volta se estão a alterar a uma velocidade estonteante. Enquanto tenta conciliar-se com o presente, volta a recordar as suas férias na praia com os irmãos, o namoro, e o início da sua vida de trabalho, quando como jovem comunista abandonou os estudos para trabalhar numa linha de montagem.
Maldito Seja o Rio do Tempo é um retrato honesto, enternecedor e simultaneamente bem-humorado de uma complexa relação entre mãe e filho, contado na prosa precisa e bela de Petterson.

Passatempo "Livre, uma História de Autodescoberta, Sobrevivência e Coragem"


Vamos iniciar hoje um passatempo muito especial! Esta obra vai-se revelar muito inspiradora para quem a ler.

Com a colaboração da Editorial Presença temos para oferecer um exemplar deste livro a um seguidor do blogue.

Para concorrer só têm que responder às questões seguintes e obedecer às regras.

O passatempo decorrerá até ao dia 31 de Julho!

Para mais informações sobre o livro ver Editorial Presença aqui!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Escritores na Cozinha... com Margarida Fonseca Santos

Doce de ginja da Tia Nininha
Nem toda a gente pode dizer que herdou, de uma tia que está prestes a fazer 100 anos e que tem uma cabeça melhor que a nossa, uma receita especial. É o meu caso. Pois aqui vai!

Ingredientes:

  • Ginjas (as que se quiserem, ou conseguirem arranjar, vários quilos)
  • 2/3 do peso das ginjas (ainda com caroço) em açúcar (pode ser ¾, para os mais gulosos)

Preparação:
Com a ajuda de um descaroçador, pois sem isso é uma trabalheira desmedida, retiram-se os caroços às ginjas. Põem-se numa taça e envolvem-se no açúcar. Começa logo a aparecer líquido, mas deve deixar-se a repousar de um dia para o outro no frigorífico.
No dia seguinte, preparem-se para estar muitas horas com a panela ao lume… A ideia é ir testando num prato a textura do doce, que deve passar de rosado líquido a um tom mais escuro e caramelizado, mas peganhento. São mesmo muitas horas, em que se vai mexendo de vez em quando e esperando. Não rende muito, ou seja, 3 quilos de ginjas equivalem a dois frascos gordinhos de doce, mas vale a pena.



Escrita em dia 
Este é um livro para quem quer escrever mais, seja para publicar num blogue, para si apenas ou para publicar, ou para quem quer sair dos seus trilhos de escrita. A ideia consiste em levá-lo durante 40 semanas a melhorar e redescobrir a sua voz ao escrever. Cada semana tem dois exercícios, um mais para nos retirar da zona de conforto, outro mais para trabalhar o nosso modo de contar.
O resultado é surpreendente! Aos poucos, começamos a ter mais ferramentas e caminhos para avançar, mais capacidade de corrigir os textos com um propósito, mais consciência de como se conta uma história, passando pela construção de personagens e enredos. Experimentem, acho que vão gostar!

Margarida Fonseca Santos 
www.margaridafs.net

terça-feira, 16 de julho de 2013

A Convidada Escolhe... "Debaixo de Algum Céu"

Também já li. A minha opinião aqui (Cris)

As opiniões positivas na Roda sucederam-se e não resisti a antecipar a leitura deste livro. O facto de ter ganho o Prémio Leya e de eu ter gostado muito do vencedor da edição do ano passado também influenciou.

Comecei por estranhar o papel tão decididamente afirmativo do narrador, mas a beleza das palavras e o seu encadeamento encantou-me, fez-me distanciar desse narrador e levou-me através das histórias dos habitantes daquele prédio em que vivi durante a leitura e para além dela.

As minhas memórias de um prédio junto à praia, regressado das férias da minha infância e adolescência, reviveram em mim, bem como aquela praia que adoro e as gentes que habitam o meu passado. Não recordo, contudo, problemáticas tão duras como as que se vivenciam em “Debaixo de Algum Céu”. Fruto da inocência da idade, fruto dos tempos, fruto da realidade, os habitantes do prédio das minhas férias eram pessoas mais “leves”. Cada um traz à leitura a sua vivência, o seu passado, a sua própria história.

“Debaixo de Algum Céu” apresenta-nos um conjunto de personagens, pessoas, com vidas complexas, deprimidas e deprimentes. Esse é, para mim, o óbice desta narrativa, a não existência em todo o livro, diga-se prédio, de uma personagem “de bem com a vida”. Os tempos são assim, dizem-me, mas fica-me a relutância.

Na semana em que decorre a história, entre o Natal e o Ano Novo, assistimos à total ausência da época vivida e do seu espírito. Excepção feita… salva-se o Menino, pelas mãos do Padre.

O fio condutor que encontro neste livro, que vejo como uma sequência de vários contos, será talvez esse mesmo traço depressivo e, de todas as personagens, encantou-me Marco Moço e a sua melancolia, que percepciono como o velho lobo de mar com quem um dia gostaria de me sentar em frente ao mar para longas conversas. Também a complexidade, os dilemas e humanidade do Padre Daniel o transformaram numa personagem que gostei de ver crescer na história. Para mim, os dois menos deprimidos por, afinal, saberem de onde vêm e para onde vão, de forma convicta.

Senti, no início, a necessidade de fazer o esboço do prédio e seus habitantes, “arrumados” nos seus espaços para os conseguir relacionar e localizar, mas à medida que “subi e desci aquelas escadas”, as histórias fluíram.

Pese embora o mote da narrativa, gostei da escrita de Nuno Camarneiro, palavras belas em frases que encantam.

“As palavras são difíceis mas são o que temos. O sofrimento é único para cada homem e para cada mulher, são infinitas as dores e poucas as palavras que lhes dão nome: desgosto, arrependimento, comiseração, tristeza, pesar, mágoa, pena, lástima, aflição, angústia, nojo, desolação, comoção, choque, amargor. Faltam termos e sobram horas más. Não falta descrever o que se pensa, porque não importa, o sofrimento corre abaixo da cabeça, no corpo que apanha, às voltas num mesmo lugar que é o centro de tudo, como se chama o centro exacto de nós?” (pág. 73)

“Há uma beleza própria do que não tem propósito e uma alegria que vem com ela. O toque simples de uma mão na face, um telefonema sem assunto, um passeio sem destino, um poema secreto, um assobio, uma pedra redonda guardada no bolso. Coisas que não servem senão para sorrir e sentir que a vida é ainda cheia de mistérios.” (pág. 78)

Fernanda Palmeira

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Resultado dos Passatempos do 3º Aniversário do blogue


Eis finalmente chegado o desejado sorteio relativo ao Passatempo comemorativo do 3º Aniversário deste blogue.


Agradeço a gentil oferta das editoras cuja colaboração permitiu distribuir todos estes livros. 

Dos 295 concorrentes, foram seleccionados, recorrendo ao random.org, os seguintes vencedores:

Passatempo 1 - Editorial Presença 
As Recordações, de David Foenkinos - Maria João Diogo de Massamá

Passatempo 2 - Europa-América
O Irmão de Sangue, de Eric Giacometti e Jacques Ravenne - João Martins de Setúbal

Passatempo 3 - Alfarroba
Um Tesouro Maior, de João Paulo Santos - Fernando de Sousa Pereira de Ribeirão
Eu + Tu = 1, de Paula Santos - Catarina Sousa Abreu do Funchal

Passatempo 4 - Esfera dos Livros
D.Teresa de Távora - A Amante do Rei, de Sara Rodi - Leonor Cerveira de Anadia 

Passatempo 5 - Topseller
Dois Anos e uma Eternidade, de Karen Kingsbury - Sara Margarida Gonçalves do Luso

Passatempo 6 - Bizâncio
Jardins de Canela, de Shyam Selvadurai - António Alves de Coimbra

Passatempo 7 - Quinta Essência
Anna e o Beijo Francês, de Stephane Perkins (2 exemplares) - Alexandra Martins de Azeitão e Sara Ferreira de Arcozelo (Caldas de S. Jorge)

Passatempo 8 - Edições Vieira da Silva
O Caso do Justinho, de Luís Bárbara - Ana Diamantina Barbosa de Paços de Ferreira
A Chave, de Cláudia Valle Santos - Cátia Santos de Póvoa da Galega (Milharado)

Passatempo 9 - Matéria-Prima
O Amor Fez-te Regressar do Céu, de Arielle Ford - Marina Santos do Montijo

Passatempo 10 - Chiado Editora
O Filho de Ninguém, de Olivia Darko - Rita Domingos de Agualva (Cacém)

Passatempo 11 - Planeta
A Rapariga dos Seus Sonhos, de Donna Leon - Paulo Teles de Alverca
Traída pelo Destino, de Emma Wildes - Maria José Quintas de Esmoriz

Passatempo 12 - Alphabetum
As Borboletas são Efémeras, de Maria Santieiro - Cassilda Almeida de Castro Daire



Os meus agradecimentos a todos os concorrentes e muitos parabéns aos vencedores.

" O Tempo Entre Nós" de Tamara Ireland Stone

Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 320
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892323190

Gostava de vos poder dizer que as capas não influenciam a escolha das leituras que faço. E digo! Mas... é bem verdade que acho algumas tão bonitas que pego no livro e leio a sinopse... Se gostar dela é um passo para adquirir o livro.

Esta capa surtiu esse efeito em mim. Bonita, com o seu quê de mistério! E se algumas nada têm a ver com o conteúdo, outras têm tudo a ver. Esta está perfeita!

Mas falando do que senti ao ler este livro... Ou devo dizer "ao devorar este livro"? Gostei muita da escrita da autora. Fluida, simples, muito cativante. Embrenhamo-nos facilmente nas suas páginas. Esquecemos tudo à nossa volta e entramos num mundo onde a imaginação tem um papel preponderante. Surpreendente até! Mas o que eu achei fantástico foi a facilidade com que aceitamos como verosímil as viagens no tempo. Passado e futuro encontram-se. E não é que achamos perfeitamente normal? Isto só se deve à mestria com que a escritora soube traduzir e colocar no papel um facto que, hoje, nos é completamente estranho: andar para a frente e para trás no tempo!

As personagens são perfeitamente identificáveis, com características próprias e específicas. Anna é uma jovem de 16 anos, madura para a sua idade, com sonhos definidos e de ideias marcadas. Sabe o que quer e isso agradou-me. Os jovens são muitas vezes vistos como possuidores de ideias voluteis e caracterizados como pessoas que não sabem que caminhos tomar... Bennett, 17 anos, é determinado e destemido. E consegue fazer algo que não é suposto conseguir mas que muitos de nós desejaria poder fazer: viaja pelo tempo.

É um livro que pode ser lido por uma faixa etária mais nova e que adorei ler. Prende, capta de imediato o interesse. Uma história onde a realidade se funde com a imaginação mas, quando presas na leitura, achamos credível. Foi essa a característica que mais achei empolgante! Mas há que ter atenção porque a imaginação da autora é deveras surpreendente e temos de estar atentos às "viagens" para as conseguirmos compreender completamente.

Recomendo!

Terminado em 10 de Julho de 2013

Estrelas: 5*


Sinopse

Anna é uma jovem de 16 anos em 1995, ferozmente determinada a assegurar uma bolsa de estudo de desporto, para poder sair da sua cidade pacata e enfadonha e finalmente viajar pelo mundo. Bennett tem 17 anos em 2012, vive em São Francisco e tenta controlar a sua capacidade de viajar pelo tempo - um dom incrível mas também uma maldição imprevisível, que constantemente ameaça separá-lo das pessoas que ama.
Quando um pequeno erro de cálculo coloca em perigo a sua irmã Brooke, Bennett dá por si a três mil e duzentos quilómetros e dezassete anos de distância - no mundo de Anna. Enquanto procura por Brooke, Bennett é atraído de modo estranho e inevitável para Anna, mas, por mais desesperado que Bennett esteja para ficar com Anna, a sua incontrolável situação irá inevitavelmente mandá-lo de volta ao lugar a que pertence - e Anna ficará sozinha, presa no tempo que os separa.

domingo, 14 de julho de 2013

Ao Domingo com... Cristina Drios


(ode ao quotidiano)     


o fracasso é uma tábua rasa
a chávena onde bebo a meia de leite pingada
um dia e outro e outro e outro
um aperto de mão ao colega doutor e por extenso
às nove da manhã
vestidas do avesso como a roupa
quando reparo na racha da chávena – meia de leite pingada por favor –
e o empregado aponta
na camisola trago uma nódoa tão antiga como o desespero
um dia e outro e outro e outro
antes disto
andei à procura na gaveta das peúgas desirmanadas
nos papéis da caixa “ideias para depois”
debaixo da sola dos sapatos a precisar de capas  
na serradura (alguém ainda usa serradura?) da caixa da gata onde há resquícios
mas são tão ínfimos como o orvalho de verão às nove da manhã
(então lembro-me: a gata morreu em janeiro e ainda não me desfiz da serradura)
e é tudo tão desgostoso como o olhar de peixe do doutor e por extenso
que uma vez mais faço tábua rasa
pois o mal de viver cheira a ranço e sabe a fénico
nos dias em que visto a vida do avesso
saio a correr de mim mesma
sempre a tentar chegar a horas a mim mesma
e ferem-me gáspeas de luz fria como o olhar do colega
que nunca se lembrou de pensar que é feito do mesmo fracasso
e dele faz tábua rasa sorrindo
a cheirar a água de colónia e a mastigar bem as palavras – senhora doutora juíza –
um dia e outro e outro e outro
a que só sei escapar
escrevendo romances em que me despenho muito melhor
de lantejoulas e saltos altos
enquanto trato dos papéis do divórcio com o quotidiano – colega faça favor –
um dia e outro e outro e outro

Cristina Drios                                                                               

sábado, 13 de julho de 2013

Na minha caixa de correio

  
  
 


Foram estes os príncipes desta semana! Comprei Cavalos Roubados e Olive Kitteridge.
Um obrigado às editoras Planeta, Quinta Essência e D. Quixote que alegraram estes meus dias!