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domingo, 9 de setembro de 2012

Ao Domingo com... Rute Canhoto


«Posso começar por dizer que não gosto de falar de mim? Nunca sei o que dizer, talvez porque acho que não há muito para dizer de facto. Em termos simplistas, tenho 28 anos, sou licenciada em Comunicação Social e vivo na zona do Seixal.

Comecei a escrever assim que aprendi a juntar as letras, principalmente poemas e contos. Houve uma altura em que perdi um pouco interesse, mas aos 21 a vontade de criar algo voltou em força.

Publiquei “Almira, a Moura Encantada” em 2008, sob a chancela da Corpos Editora. A ideia para este livro tem a ver com a ligação que sinto a Alcácer do Sal, a terra onde cresci e que adoro. Quis que a primeira coisa escrita por mim “a sério” fosse algo relacionado com esta terra. Então arrisquei uma recriação da lenda da moura encantada do castelo, cujas juras de amor trocadas com o seu amado ainda hoje se podem ouvir nas noites quentes de agosto. Além de glorificar a lenda do castelo, trata-se de um trabalho que homenageia a história deste concelho, difundindo-a de uma forma mais lúdica e apelativa, além de dar conhecer um pouco mais do que ali se pode encontrar.

Lancei o conto “Clara e o Natal” no ano seguinte, através da EuEdito. Embora já tivesse feito histórias para crianças, foi uma transição com a qual tive de ter algum cuidado, nomeadamente a nível da linguagem. Mas foi giro criar uma história de Natal, com duendes, presentes, neve, magia e o Pai Natal.

Depois parei, pois estava demasiado ocupada a tratar da minha vida profissional. E eis que, após um estágio profissional numa rádio e um estágio PEPAL numa câmara municipal, me vejo desempregada. Estou em casa há quase dois anos. Quem passa por isto sabe bem como podemos dar em doidos sem fazermos nada que consideremos útil. O sentimento de frustração não desaparece e corroí-nos o espírito. Perguntamo-nos se não somos suficientemente bons, se toda a confiança e esperanças depositadas em nós caíram em saco roto, se servimos para alguma coisa.

Foi aqui que a escrita cruzou de novo o meu caminho. No final de 2010 comecei a escrever a trilogia Perdidos, inserida na categoria de romance sobrenatural (se bem que o segundo volume terá mais ação). Quanto ao primeiro livro, tem o mesmo título que a série – “Perdidos”. Nele, o cosmos de Marina está virado do avesso com uma série de inexplicáveis acidentes que parecem pretender colocar um ponto final na sua existência. A sua busca por respostas quanto ao que se está a passar levará o seu caminho a cruzar-se com o de Lucas, o misterioso rapaz que se juntou à turma dela naquele ano letivo. O que ela vai encontrar é uma revelação inesperada, que dará a conhecer ao mundo os Perdidos. Se tudo correr bem, perto do final do ano o livro estará disponível para todos os interessados. As atualizações sobre a série podem ser encontradas no meu blogue em http://rutecanhoto.blogspot.com.

Publicidade à parte, escrever esta saga neste período conturbado é o que me tem ajudado a encontrar um ponto de equilíbrio e a geri-lo. Vida – esta palavra tão simples, mas tão cheia de significado, resume o que a escrita é para mim neste momento. Independentemente do que o futuro me reserve, nunca me vou esquecer de como a escrita me ajudou nos momentos mais sombrios e desesperantes da minha existência. É um escape e um bálsamo para a alma, capaz de verdadeiros milagres.»

Rute Canhoto

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