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sábado, 30 de abril de 2011

Quem postou... A rainha branca.


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Soltas... A rainha branca.


"Ouvi baladas acerca de grandes baladas, e poemas sobre a beleza de um ataque e a graciosidade do líder. Mas não sabia que a guerra não era mais do que uma carnificina, tão selvagem e desajeitada como enfiar um espeto na garganta de um porco e deixá-lo sangrar, para que a carne fique mais tenra."

"Teria sido bom que me tivesse recordado, como ela me ensinou, que é mais fácil soltar o mal do que voltar a prendê-lo. Qualquer louco pode criar um vendaval, mas quem é que sabe para onde é que ele se vai dirigir ou quando irá parar?"

"A vida dos meus filhos pode depender de quem eu detectar como inimigo e em quem eu confiar como amigo, mas não consigo ter a certeza."

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A rainha branca de Philippa Gregory


Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 448
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722630122

De Philippa Gregory li "Duas irmãs, um rei" e gostei muitíssimo! Esta escritora possui uma escrita que nos prende logo do início e é com mestria que os factos reais são mesclados com lendas e ficção, tornando o enredo rico e permitindo-nos entrar na época, visualizando até os trajes, sentindo e odiando tal qual as próprias personagens! Para mim isso faz toda a diferença e distingue um bom livro de um livro óptimo!

E assim, com este livro, viajamos para Inglaterra, de 1464 a meados de 1485, pela mão de Isabel Woodville, da casa de Iorque e futura rainha. As guerras intermináveis pelo poder, entre primos, e pela linha de sucessão que levam a assassínios e a combates sem fim; o(s) rei(s), suas amantes e traições; o papel das mulheres, muito limitado por um lado mas determinante por outro no que concerne às intrigas na corte; o mundo da magia e da bruxaria; tudo nos é contado com um toque de realismo e, ao mesmo tempo, de ficção que me encantou de sobremaneira! 


Depois de ler o livro gosto especialmente de saber quais os pormenores que são ficção e os que não o são e a autora, através de algumas notas, explica-nos um pouco do seu processo criativo. Recomendo vivamente para quem gosta deste género de romances, como eu!



Terminado em 27 de Abril de 2011

Estrelas: 5*

Sinopse

A história do primeiro volume de uma nova trilogia notável desenrola-se em plena Guerra das Rosas, agitada por tumultos e intrigas. A Rainha Branca é a história de uma plebeia que ascende à realeza servindo-se da sua beleza, uma mulher que revela estar à altura das exigências da sua posição social e que luta tenazmente pelo sucesso da sua família, uma mulher cujos dois filhos estarão no centro de um mistério que há séculos intriga os historiadores: o desaparecimento dos dois príncipes, filhos de Eduardo IV, na Torre.

Socorro!

Hoje desviei-me só um bocadito para a esquerda e lá estava eu na Feira do Livro!
O stand da Bizâncio não é para ser visitado... Tem óptimas promoções (leve 3 pague dois e a uns preços de saldo!)
Estes pegaram-se-me às mãos e voei dali para fora com medo que se me colassem mais alguns! É porque hoje só é o 1º dia...
Tenho mesmo de lá voltar! Só fiz uma "rua" e foi uma visita rápida...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Soltas... Dê a volta por cima


"Como é importante reflectirmos sobre se estamos a dar chances ao acaso, com quem andamos, para quem somos importantes, se temos a exacta noção do que significa superação e da sua importância nas nossas vidas! Como é importante não esquecermos a criança que fomos e que continuamos a ser!"

" Cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e, ao esquivarmo-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade." Carlos Drummond de Andrade

"É preciso acreditar que uma centelha pode provocar uma imensa combustão;
que  uma palavra pode mudar uma guerra; que um olhar pode mudar uma vida; que entrar por uma porta que se abre pode resultar na diferenças entre o sucesso e o fracasso"

terça-feira, 26 de abril de 2011

Saber viver bem!







"A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal."


José Luiz Tejon, "Dê a volta por cima"

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dar a volta por cima


Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 240
Editor: Vogais
ISBN: 9789896680787
Coleção: Nascente

Tenho alguns livros de auto-ajuda cá em casa mas, para ser verdadeira, ainda não os li. Acho que eles são melhor assimilados quando são lidos numa fase em que necessitamos deles... e, por enquanto, ainda não me foram necessários. Esta pode ser uma ideia errada mas, o que é certo, é que ainda não tinha resolvido pegar neles. Foi por isso um pouco céptica que resolvi ler este!

Gostei do que li, sobretudo porque foi escrito por alguém que sofreu, em pequeno, reveses graves e conseguiu ultrapassá-los e ter sucesso! A sua história de vida dava, certamente, um bom livro. Quem sabe se um dia...? 

O autor revela-nos de que forma se consegue "dar a volta por cima", superar as adversidades, como das fraquezas fazer forças. Dicas que a todos são importantes, este tomar conhecimento das medidas que nos tornam mais fortes, do que se deve dar primazia.

Face a casos verídicos, reconhecemos a importância de vários factores, entre os quais ficam aqui algumas ideias;
- escolhermos quem nos possa ajudar,
- ter a humildade de pedir ajuda,
- não nos resignarmos, não nos acomodarmos,
- enfrentar a realidade,
- fazer as coisas apaixonadamente,
- mudarmos e não ficarmos à espera que o mundo à nossa volta mude,
- prestarmos atenção aos detalhes, aos instantes da vida,
- estabelecermos fortes redes de contacto, de amizades,
- olharmos para nós de fora para dentro,
e tanto mais...  

Bem organizado, este livro é um auxiliar precioso para quem precise de "dar a volta por cima"!

Terminado em 23 de Abril de 2011

Estrelas: 3*

Sinopse:

Não podemos culpar os outros pelos nossos fracassos. Para dar a volta por cima, devemos assumir o controlo da nossa vida, do nosso negócio, da nossa missão. Este livro é o resultado de muitas experiências reais que o autor testemunhou. É fruto da sua pesquisa e estudo, para servir como um orientador nas horas difíceis e um provocador nas alturas de estagnação da nossa vida. As escolhas que fazemos no dia-a-dia decidem o percurso da nossa vida. Não podemos esperar que o mundo decida por nós. As 50 regras de ouro oferecidas neste livro vão ajudar o leitor.

domingo, 24 de abril de 2011

Soltas... Onde a vida se perde.

"«Pão com tristezas.» Engolimos as tristezas e há quem nem sequer chegue a sentir o gosto do centeio. Vamo-nos habituando. Aprende-se que o caminho é fazer o mínimo de perguntas, quase nenhuma interjeição. Poucos pontos de exclamação. Fecham-se os olhos e habituamo-nos à vida que se tem e não à que se sonhou. Depois, só se espera que, mais logo, quando se está sozinho na cama, não doa tanto e não se deseje que a noite passe tão depressa."

Onde a vida se perde de Paulo Ferreira


Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 150
Editor: Livros Quetzal
ISBN: 9789725649107

Não sei o que imaginei o que seria este livro quando li a sinopse... A nossa imaginação leva-nos, por vezes, para caminhos diferentes daqueles escolhidos pelo autor e foi o que aconteceu com este livro!

É difícil imaginar o que sentiríamos ou como agiríamos se nos dessem um "tempo" para viver, se tivéssemos horas marcadas mas, não creio que fosse aproveitar esses momentos para reviver amores passados ou sequer analisá-los. 

De qualquer forma, parece-me que Paulo Ferreira consegue manter o nosso interesse nesta leitura e o personagem principal surge-nos como alguém possuidor de inúmeras fraquezas a quem a vida não quis dar outra oportunidade... 

É aflorado também um assunto interessante que, muito frequentemente encontramos naqueles que nos rodeiam, muito embora, não transpareça à primeira vista: os comportamentos obsessivo-compulsivos. "De ter de fazer "a" para que "b" não se dê".
Exemplificando, o personagem principal acreditava que teria de contar até determinado número de passos, enquanto caminhava, para que uma certa situação não ocorresse... Muitas das vezes, tudo se passa com um sofrimento interior grande que os visados não deixam transparecer, como se consegue adivinhar neste personagem!

Leitura rápida para aproveitar uma manhã chuvosa!

Terminado em 23 de Abril de 2011

Estrelas: 3*

Sinopse


Seis meses de vida é tudo o que resta a Pedro para viver. A sua vida foi subitamente interrompida por um diagnóstico - uma sentença de morte: seis meses. O que pode, o que precisa de fazer nesses últimos dias? Não fará nada, senão cancelar as férias e organizar um jantar muito especial. Convidará quatro mulheres que são quatro percursos da sua caminhada sentimental. E o que pretende ao juntá-las? O perdão? A punição ritual da inconstância, do egoísmo, da insinceridade? Ou é apenas um reflexo, um impulso, o derradeiro gesto do náufrago que se agarra ao que está mais próximo? Durante esse tempo que o separa da morte, Pedro mantém um diálogo com Mia, Alice, Rita, e Carmen, enquanto se conta toda a história com quatro histórias lá dentro: de solidão, de frustração, de amor em estado bruto. Onde a Vida se Perde é um belíssimo e comovente romance.

sábado, 23 de abril de 2011

Quem postou... Meus amigos, meus amores.


          

Soltas... Meus amigos, meus amores.


"(...) e depois, tu conheces-me, nunca faço perguntas. 
- Então como fazes para teres todas as respostas? 
- Oiço mais do que falo!"

Ninguém sabe para o que está guardado, acredite. A vida tem mais imaginação do que nós."

"Nunca mais quero uma vida pela metade. Levei meses para acreditar de novo que também eu merecia uma por inteiro."

Uma amizade


Edição/reimpressão: 2007     
Páginas: 272
Editor: Pergaminho
ISBN: 9789727118076

Este foi o primeiro livro de Marc Levy que li, embora na minha lista constem alguns deste autor, que pretendo ler, sobretudo "Os filhos da liberdade" pois, pela sinopse, pareceu-me ser uma leitura "daquelas" que aprecio, um misto de romance e história verídica.

Não é o caso deste que agora terminei mas, de qualquer forma, esta leitura é bastante agradável, leve, com flashes cheios de humor e divertidos. Reforçamos, também, a ideia que, com a Vida, não se podem fazer muitos planos porque ela, frequentemente, nos troca as voltas e precisamos de saber reformular as nossas intenções e conseguir seguir em frente. 


Não achei, contudo, o enredo nada de extraordinário e as personagens principais, dois amigos, pareceram-me detentores de personalidades demasiado simplistas: embora sendo diferentes entre si, são ambos "bonzinhos" e com facilidade conseguem transformar e mudar os seus defeitos e medos.  Estou a pensar, por exemplo, na questão das vertigens, referida aqui no livro: não me parece que baste simplesmente querer para se ultrapassar esse medo e que se consiga fazer de uma forma tão rápida! A vida, às vezes, é um pouco mais complicada... 


Mas trata-se, como já disse, de uma leitura agradável, simpática, cómica e não me passou pela cabeça abandoná-la por um momento que fosse!  

Terminado em 22 de Abril de 2011

Estrelas: 3*

Sinopse

Mathias e Antoine são grandes amigos e ambos pais solteiros. Quando Mathias se muda de Paris para South Kensington, ele e Antoine encontram a solução perfeita para criarem os filhos num ambiente familiar: decidem viver juntos. Esta família alternativa, composta por dois solteiros trintões e pelos seus dois filhos, tem todas as vantagens imagináveis: tarefas domésticas divididas, as crianças nunca estão sozinhas e nunca lhes falta atenção, além de nunca faltar companhia para as noites de fim-de-semana. Só existem duas regras: nunca recorrer a baby-sitters e nunca levar namoradas para casa. Mas, como todas as famílias, estas não está isenta de tensão. Sobretudo, quando Mathias se começa a mostrar muito interessado em Audrey, uma bela e ambiciosa jornalista que um dia entra na sua livraria, ao acaso… Povoado de personagens inesquecíveis, Meus Amigos, Meus Amores é um retrato enternecedor da vida contemporânea e mais um triunfo do autor francês de maior sucesso dos nossos dias.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Soltas... O último homem americano


"As necessidades básicas da humanidade (...) já não precisam de ser conquistadas pessoalmente, nem ritualizadas, nem sequer compreendidas. Todas  estas coisas encontram-se hoje à nossa disposição a troco de dinheiro. Ou a crédito. O que significa que já ninguém precisa de saber fazer coisa nenhuma, excepto ganhar o dinheiro suficiente para pagar os bens e serviços exigidos pela vida moderna."

"Depois de termos criado um sistema que satisfaz todas as nossas necessidades sem nos exigir um esforço ou um trabalho indevido podemos agora preencher essas horas com...? Bem, com uma coisa, televisão(...) e com trabalho também-"

"Todo o incidente o deprimiu. O desrespeito pela natureza. A ganância. A estupidez. O desperdício. O menosprezo pelo espírito de outro ser vivo, a falta de consideração pelas leis da natureza - tudo enojou Eustace, cuja missão na terra era preservar as antigas ideias sobre o carácter sagrado da vida."

O dom mais extraordinário que recebeste foi a tua humanidade, que tem a ver com consciência, portanto honra a tua consciência."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dar é dares-te!

                                     (Imagem retirada da net)


"Dá-te a conhecer pela vida que levas."

Elizabeth Gilbert, "O último homem americano"

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Perfeito?


Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 312
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722522212
Coleção: Histórias de Vida

Este livro é um estudo que esta autora realizou sobre Eustace Conway, um homem singular porque possuidor de uma determinação fora de série que o leva a acreditar e a viver um certo estilo de vida diferente daquele que a maior parte dos americanos estão habituados: ligado à natureza, respeitando-a, utilizando os seus recursos sem a danificar.

Um estudo verídico, como verídica é a vida desta personagem e tão inacreditável, em certos aspectos, que acreditamos estar perante um romance completamente criado e inventado pela escritora.

Conhecemos a sua infância - as relações atribuladas com o seu pai, o amor escondido de sua mãe, as relações difíceis com os seus irmãos - e todo o seu crescimento interior e as relações de amor/ódio que gera nas pessoas em seu redor. Obstinado, incompreendido, determinado e com uma vontade férrea para levar avante aquilo em que acredita, Eustace tanto atrai como repele as pessoas que o rodeiam. Os seus hábitos, considerados estranhos para uns, são, para outros, uma esperança num tipo de vida que dificilmente ainda encontram numa sociedade cada vez mais consumista, onde o "ter" é privilegiado e o "ser", desvalorizado.

Gostei desta leitura. Eustace Conway não nos é apresentado como um super-homem mas sim como um indivíduo com uma força interior muito grande e com uma enorme capacidade de trabalho. Contudo, são-nos apresentado, também, os seu defeitos que advêm, precisamente dessas qualidades em extremo. Não "invejei" a sua vida, mas aprendi algumas coisas com ela, pelo que dei como bem empregue a leitura deste livro. 

Lê-se como um romance, este estudo. Bem escrito, bem documentado. Prende-nos, atrai a nossa atenção.


Terminado em 19 de Abril de 2011

Estrelas: 4*

Sinopse

Neste impressionante estudo acerca da identidade do homem americano contemporâneo, a prestigiada autora e jornalista Elizabeth Gilbert explora a fascinante histórica verídica de Eustace Conway. Em 1977, com dezassete anos, Conway trocou a confortável casa da sua família pelos Apalaches. É lá que vive há mais de vinte anos: faz lume com paus, usa as peles dos animais que apanha e tenta persuadir os Americanos a deixarem o seu estilo de vida materialista e a regressar à natureza. O carácter mítico de Conway representa um desafio a todos os nossos preconceitos acerca do americano moderno, bem como tufo aquilo que sentimos que os nossos homens devem ser, mas raramente são.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ganhei!

Num passatempo da Revista Evasões e do DN ganhei estes livrinhos! E livrinhos são sempre bem vindos, não é?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Soltas... A terra toda.


"Amava-a como nunca havia amado ninguém na sua vida. Por ela se perdera e se esgotara num passado recente; por ela continuava esgotado e perdido ainda agora. Ou não tivesse sido ela - conforme um dia lhe deixara escrito num papel abandonado sobre a cama, com ternura - o seu refúgio, a sua pátria, a sua terra, a Terra toda."

"Não tenhas medo, meu amor, que nunca te deixarei. Porque tu e só tu és o meu abrigo, a minha pátria, a minha terra, a Terra toda."

domingo, 17 de abril de 2011

Para ti, a terra toda!

Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 192
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04327-6
Coleção: MARCA D'ÁGUA

Há capas, como todos sabemos, que nos seduzem. E quando aliadas com sinopses cativantes e com um nome de um escritor que já nos diz algo, então trata-se de uma leitura que colocamos à frente da nossa "pilha"!

Agora que já o acabei de ler, posso afirmar que gostei bastante deste livro. Confesso que ao fim de algumas páginas (20,30,40..) pensei que o livro se iria tornar repetitivo e sem grande graça... Mas continuava curiosa.

E eis que, quase de repente, surgem novos motivos de interesse e a segunda parte do livro começa a alimentar o meu "bichinho" da leitura! Um dos temas, que a capa  subtilmente deixa transparecer, é-nos narrado de uma forma emotiva, não muito visual, deixando-nos intuir o que se estaria a passar, da qual gostei muito. Sentimos em nós o que as personagens estão a sentir! Recomendo!

Terminado em 16 de Abril de 2011

Estrelas: 4*

Sinopse

Abandonado por uma mulher que o traiu com outro homem, Rafael recorre às consultas de uma psicanalista, com quem acabará por se envolver.
Só que ele não sabe que está com isso a ressuscitar o seu passado e a expor-se a uma traição ainda mais dolorosa.

Fazendo uma pausa no romance histórico, que o consagrou como um dos mais populares autores portugueses, José Manuel Saraiva mergulha agora nas águas mais profundas da nossa atualidade, abordando um tema escaldante que fará ainda estremecer algumas boas consciências.

O silêncio do amor



"Quero-lhe bem, mas algo me impede de comunicar todos os meus pensamentos. Talvez seja assim com todos os que se amam. Há um fundo de silêncio no amor, algo nosso, que não se consegue dizer."

Alberto Nessi, "Na próxima semana, Talvez"

Soltas... Na próxima semana, talvez.

"(...) então eu pergunto-me se os homens conseguirão algum dia não se matar uns aos outros."

"E pela primeira vez perguntara a mim mesmo porque é que no mundo há quem tenha fraques coloridos à farta e quem tenha apenas remendos no cu."

"Por que será que , quando pensa naquela rapariga que não sabe ler nem escrever, mas que tem uns olhos que valem por todos os analfabetos do mundo, as suas mãos tremem?"

"Ao ouvir aquela história, penso na arte da escrita, que é como uma 'dentelle' (renda), não sei como se diz em italiano correcto, uma 'dentelle' feita à mão, que tem a capacidade de nos fazer sonhar. Feliz de ti, que vives por entre os livros!"

"Sabe contar tão bem, o Eça! A arte é isto: fazer-nos viver as coisas como se as tivéssemos à nossa frente. Fazer-nos sentir os sabores, fazer-nos ver as cores, fazer-nos sentir arrepios."

sábado, 16 de abril de 2011

Na próxima semana, talvez de Alberto Nessi

Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 168
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722522717 

Um dos meus sítios de passagem (e quase estadia!) frequente é uma das Livrarias Bertrand, junto do meu local de trabalho. Gosto de entrar, de sentir e ver os livros... Possui várias mesas onde os livros estão deitados o que facilita o meu "trabalho" e assim não tenho de procurá-los pelas suas lombadas!

Como tal este livrinho pequeno despertou a minha atenção! Não conhecia nada de José Fontana, para além, é claro, da praça com o mesmo nome em Lisboa... A sinopse pareceu-me reveladora de um livro especial, daqueles que quase passam despercebidos mas que nos enchem as medidas!

Pois! Não foi bem isso que aconteceu. Não é uma leitura fácil e, confesso, que houve partes, em que a tendência para avançar mais depressa foi maior do que a minha capacidade de leitura. Alberto Nessi, com a sua forma poética (e um tanto dispersa) de nos relatar situações "vividas e sentidas" por  José Fontana, colocou à prova a minha capacidade de concentração!

Fiquei, contudo, a par da situação política de então (período compreendido entre 1871 a 1876), que desconhecia quase por completo. José Fontana, livreiro e homem muito interessado por questões políticas e filosóficas foi, na época, um "revolucionário", participando activamente em reuniões e encontros clandestinos com o intuito de debaterem várias aspectos sociais relacionados com a qualidade (ou falta dela!) de vida dos trabalhadores. As primeiras greves, a criação da Fraternidade Operária, a Comuna de Paris, a Internacional Socialista... Tudo isto é intercalado com histórias do seu passado, do seu local de nascença e das razões que o levaram a vir para Portugal (nasceu na Suíça). Amigo pessoal de figuras importantes, como Antero de Quental e Eça de Queiroz, era um orador nato e colocava ao serviço dos outros os seus conhecimentos e levou até ao fim da sua vida, mesmo estando gravemente doente, essa sua "missão". E... adorava ler! Uma história de vida que é merecedora da nossa atenção.

Todos os livros adquiridos por nós têm, também "a sua história", algumas delas engraçadas, outras curiosas. O "como" chegaram até nós... Uns parece que nos chamam pelas capas ou pelas sinopses que possuem, outros são-nos oferecidos e, como tal, não temos o poder da escolha...Este foi uma pequena mistura dos dois factores que acabei de referir e quero agradecer, aqui, esta oferta, tanto mais que não conheço pessoalmente a(s) pessoa(s) que, gentilmente, me enviou este livro!

Terminado em 15 de Abril de 2011

Estrelas: 3*

Sinopse

Para alguém como José Fontana terá sido uma grande aventura, descer das montanhas suíças até ao mar dos descobridores, e, finalmente, aí tornar-se livreiro e intelectual numa grande cidade europeia, amigo do poeta Antero de Quental e colaborador de revistas e jornais. A viagem desde a oficina de relojoeiro na Suíça até à histórica Livraria Bertrand em Lisboa. Das fantasias infantis à descoberta do socialismo nos primórdios do movimento operário onde só pensar que se tinham direitos já era uma revolução e um motivo de esperança. A história de um José Fontana existencial e ideológico narrada por Alberto Nessi num romance profundamente humano, e que reflecte as grandes preocupações sociais do século XIX convidando-nos a uma constante comparação com o presente e com o desejo de justiça e solidariedade.


Um pouco sobre uma vida



José Fontana era suíço, nascido e criado em Valle di Muggio, um vale perdido do Cantão de Ticino, no sul do território suíço, na actual fronteira com a Itália. Ainda muito jovem fixou-se em Lisboa, onde em 1854 já aparece como relojoeiro.
Sendo operário, foi um dos defensores das classes trabalhadoras e propagandista do socialismo. Destacou-se na luta pela melhoria das condições de vida e trabalho do operariado, promovendo o associativismo e o cooperativismo. Influenciado pelas ideias de Bakunine, em 1872 redigiu os estatutos da Associação Fraternidade Operária que mais tarde daria origem ao Partido Socialista Português, do qual é considerado um dos fundadores. Grande amigo de Antero de Quental, colaborou na redacção dos estatutos do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas.
Escreveu em vários jornais operários e dirigiu cartas a Karl Marx e a Friedrich Engels. Nos últimos anos da sua vida filiou-se na Maçonaria.
Quem o conheceu descreveu-o como bom, sensível, de una inteligência brilhante, com um poder de comunicação e de persuasão invulgares, notável como orador, sagaz como analista das situações, dotado de uma intuição fora do comum….[2] Um contemporâneo escreveu: As Conferências do Casino, aquelas célebres conferências que iniciaram o movimento democrático em Portugal, foram obra sua e de Antero de Quental […]. No Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas eclipsava Fontana os maiores oradores do seu tempo.[3]
Antero de Quental, seu amigo inseparável, escreveu: A Revolução convivia no Cenáculo. E em meio àquele punhado de revolucionários utópicos, contava-se José Fontana, empregado da Livraria Bertrand, muito alto, muito magro, sempre vestido de preto..[4]
Atormentado pela tuberculose, suicidou-se a 2 de Setembro de 1876. Com apenas 35 anos de idade, era sócio-gerente da Livraria Bertrand, onde tinha começado a sua vida profissional como empregado em meados da década de 1860.
O seu funeral teve a participação de uma enorme multidão, perante a qual discursaram Eduardo Maia e Azedo Gneco.
Entre 1977 e Junho de 2008 o Partido Socialista teve uma instituição denominada Fundação José Fontana[5] com a finalidade promover o desenvolvimento do associativismo e do sindicalismo e em particular à formação de quadros sindicais. A Fundação José Fontana foi o embrião da UGT, que teria o seu primeiro congresso na cidade do Porto, em Janeiro de 1979. A extinção das fundações Antero de Quental e José Fontana, em Junho de 2008, deu lugar à criação da Fundação Respública.
Tendo como tema a vida de Fontana foi publicada em 2008 a obra La prossima settimana, forse, um romance histórico da autoria do escritor suíço Alberto Nessi.
José Fontana é lembrado na toponímia de Lisboa, onde a Praça José Fontana marca o lugar onde esteve prevista a construção de um monumento desenhado por Azedo Gneco que nunca chegou a materializar-se. Outras povoações também o lembram nas suas ruas e praças, nomeadamente Oeiras, Cascais, Loures, Almada, Moita, Setúbal e Sintra.
(retirado da Wikipédia)